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Wayne Rooney ainda tem aquela cara redonda de garoto, reforçada agora pelas bochechas coradas que ganhou sob o sol do Rio de Janeiro, onde a seleção inglesa treina desde a semana passada. Mas, aos 28 anos, ele entra em campo, no sábado, para disputar sua terceira Copa do Mundo e já como uma referência para a renovada equipe reunida por Roy Hogdson. E vai ser ainda mais cobrado para ser o artilheiro que seu time precisa. Rooney tem 39 gols com a camisa da seleção - nenhum na Copa do Mundo. “Eu não penso nisso. Devo pensar no sucesso do time e em como posso fazê-lo ficar melhor”, responde o atacante na primeira vez que o assunto aparece na entrevista coletiva na fortaleza militar onde os ingleses treinam. As perguntas tomam outro caminho, falam da Itália e do calor de Manaus. Rooney dribla sem dificuldade. “São os italianos que devem ficar preocupados com nosso time. Temos um grupo jovem, mas muito bom aqui”, garante o atacante do Manchester United, no papel de incentivador dos futuros craques. No entanto, é o passado que atormenta Rooney. Em 2006, considerado a maior promessa do futebol inglês, passou a Copa da Alemanha incomodado com um problema no pé. Foi expulso no jogo decisivo contra Portugal nas quartas, quando a seleção inglesa foi eliminada nos pênaltis.Em 2010, já consagrado e com o maior salário da sua seleção, Wayne Rooney voltou da África do Sul como um dos vilões do fracasso na Copa quando os ingleses foram goleados pela Alemanha nas oitavas após empatar com EUA e Argélia na primeira fase. Rooney, que havia marcado 34 gols naquela temporada pelo Manchester, passou mais quatro partidas em branco.E é por isso que o assunto volta mesmo sem críticas ao atacante. “Como acha que vai se sentir quando finalmente marcar na Copa do Mundo?”. Wayne Rooney dá um pequeno suspiro enquanto parece procurar as palavras. “Um gol é sempre especial, principalmente pela Inglaterra, principalmente num torneio como este. Mas, como disse, não penso nisso: meu foco é o sucesso da equipe”, repete. Logo depois sorri ao perceber que o tema volta a ser o calor e a umidade de Manaus, para onde a delegação inglesa viaja hoje, em horário ainda não confirmado. Sábado, diante da Azurra, Rooney começa mais uma tentativa - talvez a última - de livrar-se dessas perguntas e colocar seu nome na história da seleção, como Bobby Charlton, dos gols decisivos no título mundial de 1966, e Gary Lineker, artilheiro da Copa de 1986.Matéria original: Jornal CorreioDe revelação à referência, Wayne Rooney tem que balançar as redes