Artur Paschoali, estudante sumido no Peru |
A família acredita que Artur possa ter sido sequestrado pelo Sendero Luminoso, grupo guerrilheiro de esquerda ligado ao narcotráfico. “Descobri que é comum que eles vendam pessoas no Peru, quando têm dívidas com o Sendero Luminoso ou com o narcotráfico, e fui em busca desse grupo para tentar algum contato, tentar saber se tinha alguma informação."
Pais de Artur Paschoali tomaram empréstimos em bancos, organizaram rifas, venderam um negócio e receberam doações para pagar os custos da busca (Foto: Reprodução) |
O pai, inclusive, tentou fazer contato com o grupo, mas não obteve sucesso. Contudo, alguns locais informaram que Artur não estaria sob a guarda do Sendero. "Não temos certeza de que as informações eram verdadeiras ou apenas para nos despistar, uma vez que existiam indícios de que isso possa ter ocorrido. Ou seja, uma pessoa pode ter vendido meu filho para o Sendero Luminoso", contou. Inicialmente, o caso era tratado como desaparecimento mas, após dois anos de apuração por conta própria, Susana e Wanderlan conseguiram reunir provas suficientes para que o filho fosse considerado uma vítima de crime. Moradores de Santa Teresa, inclusive, afirmam terem ouvido pedidos de socorro vindo de dentro da casa onde o estudante ficou hospedado, que pertencia ao ex-patrão dele.
Com a retomada do caso, a polícia encontrou, uma poça de sangue no local. A amostra foi coletada em 31 de julho, e foi levado a um laboratório forense em Lima para ser comparada com o DNA do pai de Artur. Na última sexta-feira (18) entretanto, a família foi informada pelo advogado contratado no país que o material ainda não havia sido submetido à análise.
"Segundo informações que temos, uma vez que o material é exposto ao luminol [substância que quando borrifada no ambiente aponta resquícios de sangue], em 60 dias já começa o processo de degradação. É uma notícia que recebemos com muita tristeza", afirma Wanderlan. "Estou lutando contra o tempo. Jogaram luminol em tudo, todo o sangue vai degradar, não só o que foi coletado."
Foto mostra casebre na cidade de Santa Teresa |
Uma ida ao Peru com parlamentares e peritos da Polícia Civil, organizada pela Câmara Legislativa do Distrito Federal através da Frente Parlamentar de Apoio às Famílias de Pessoas Desaparecidas, estava agendada para o dia 22 de setembro, mas não aconteceu devido à crise financeira enfrentada pelo Governo. O objetivo da viagem é reunir as autoridades brasileiras com as peruanas e tentar agilizar a análise dos exames. A frente ainda tenta trazer uma amostra do material para ser analisada no Brasil.
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