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O presidente da Associação de Familiares das Vítimas do Voo 447 (AFVV447), Nelson Marinho, confirmou o recebimento de um email em que autoridades francesas informam o resgate de 29 corpos de vítimas da queda do voo AF 447. A rede BBC havia noticiado a informação, confirmada por um diplomata francês. O avião da Air France caiu no Oceano Atlântico em 2009, com 228 pessoas a bordo. Segundo Marinho, o texto diz que até hoje 29 vítimas puderam ser resgatadas e que a "operação agora encontra-se exclusivamente para o resgate de corpos". No começo de maio outros dois corpos já haviam sido retirados do mar. O Escritório de Investigações e Análise para a Aviação Civil (BEA, na sigla em francês) informou ainda que poderá comunicar na próxima sexta-feira, dia 27, um relatório com uma descrição das condições do voo. As informações seriam preliminares, visto que a análise profunda dos dados levará meses. Marinho disse que as famílias são contra a decisão da Justiça francesa de não resgatar do mar corpos que estejam "muito danificados". "Nós não concrordamos. Não queremos corpos inteiros. Os familiares querem restos mortais. Isso nos exigimos do governo francês. Tem corpos que não tinham pernas, só troncos e o caixão foi lacrado. Isso não é desculpa. Entendo está havendo uma certa economia de dólares."
Análise - O BEA, órgão responsável pela investigação de acidentes aéreos na França, quer tomar o tempo necessário para analisar os dados contidos nas caixas-pretas antes de divulgar, dentro de várias semanas, as primeiras informações sobre as circunstâncias do acidente. Mas os investigadores decidiram adiantar parcialmente sua agenda em função "das informações parciais e mais ou menos contraditórias" divulgadas pela imprensa e que podem "prejudicar a serenidade da investigação". Por essa razão, o BEA anunciou na semana passada que elementos factuais sobre as circunstâncias do acidente, mas não sobre as causas, serão divulgados na próxima sexta-feira (27). O relatório final sobre as causas do acidente só será divulgado no primeiro trimestre de 2012. A Air France e a Airbus foram indiciadas em março por homicídios culposos dentro da investigação judicial sobre a catástrofe. A hipótese de um problema com as sondas pitot de medição da velocidade, fabricadas pela Thales e usadas nos aviões A330 e A340, foi aventada como causa possível da tragédia. Após o acidente, as sondas pitot foram substituídas por outras sondas em toda a frota da Air France. As informações são do G1.