Irmãos sem vícios de dependentes químicos possuem as mesmas características cerebrais de seus parentes, segundo um estudo divulgado nesta semana na revista "Science". Os pesquisadores da Universidade de Cambridge, responsáveis pelo trabalho, acreditam que as alterações no cérebro que levam à dependência podem ser hereditárias. Mesmo que estudos posteriores confirmem que os cérebros de dependentes e seus irmãos sejam mesmo diferentes, os cientistas britânicos acreditam que essas alterações podem ser contornadas para evitar o vício. Alterações no cérebro de dependentes já haviam sido estudadas, mas os pesquisadores até então não sabiam dizer se essas mudanças ocorriam antes ou depois do uso de entorpecentes. Para conseguir saber o momento que o cérebro mudava, Karen Ersche e seus colegas em Cambridge estudaram duplas de irmãos: um com problemas de vício e outro saudável. A dependência química foi estudada tanto para casos de álcool como para o uso de drogas ilegais. Testes para medir a capacidade de controlar impulsos foram conduzidos entre os participantes, que realizaram experiências para saber se conseguiam deixar de seguir uma determinada instrução com rapidez. Na comparação com pessoas sem histórico de vício na família, cada dupla de irmãos apresentou resultados piores. Após a análise de imagens da atividade cerebral dos participantes, os cientistas britânicos verificaram uma diminuição na densidade da massa branca no cérebro e alterações no volume de massa cinzenta em regiões como a amígdala. O grupo ainda sugere que dependentes químicos e seus irmãos possam se beneficiar de intervenções médicas voltadas ao aumento do autocontrole, uma das condições vitais para o combate ao vício.
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