O governo japonês confiscou o passaporte de um fotógrafo que estava prestes a viajar para a Síria a fim de cobrir o conflito civil no país. A justificativa para o confisco do passaporte é que essa foi a forma de “proteger a vida” do fotógrafo, informou hoje a imprensa japonesa. As autoridades nipônicas tomaram a decisão após o rapto e a execução de dois japoneses pelo grupo jihadista Estado Islâmico, que ameaça matar cidadãos japoneses “onde quer que estejam”.
Esta é a primeira vez que o Ministério dos Negócios Estrangeiros japonês retira, por motivos de segurança, o passaporte de um cidadão que estava pronto para viajar ao exterior, disseram fontes governamentais à agência Kyodo. O fotógrafo freelancer (autônomo) Yuichi Sugimoto criticou a medida, por considerar que “viola a liberdade de expressão”.
O ministério explicou que aplicou as regras que preveem a retirada do passaporte de um cidadão “para impedir que viaje, com o objetivo de proteger a sua vida”. As autoridades tomaram conhecimento da intenção de Sugimoto de viajar para a Síria na sequência de uma entrevista dele à imprensa japonesa, e decidiram confiscar o seu passaporte depois de o profissional negar-se a cancelar seus planos, de acordo com a estação pública de televisão NHK.
Cerca de uma semana depois do assassinato do refém japonês Haruna Yukawa, o Estado Islâmico divulgou, domingo passado (1º), um vídeo que mostra a suposta decapitação do jornalista Kenji Goto, que tinha sido sequestrado por jihadistas em outubro. Após a crise dos reféns, o governo japonês anunciou o reforço das medidas de segurança dentro e fora do país para proteger seus cidadãos e recomendou que não viajem para a Síria, Iraque e outros países.
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