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Jovem desiste de ser modelo e desabafa sobre pressão

Com 50kg distribuídos por 1,76m, seu corpo foi considerado inadequado por conta de dois ou três centímetros “a mais” de quadril

Redação iBahia • 13/10/2016 às 9:04 • Atualizada em 31/08/2022 às 18:19 - há XX semanas

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O desabafo é impressionante. Na internet, Délleny Mourão, de 20 anos, escreveu um texto sobre a briga com a balança que vem travando para conseguir uma lugar ao sol no mundo da moda, cedendo à pressão da indústria por meninas esqueléticas. Ainda mais chocante é o contraste entre a história descrita pela jovem e as fotos publicadas por ela: com 50kg distribuídos por 1,76m, seu corpo foi considerado inadequado por conta de dois ou três centímetros “a mais” de quadril. Por fim, em agosto, a agência a dispensou. Motivo? Segundo ela, a inadequação às medidas.
Ao EXTRA, Délleny diz que ouve desde criança que deveria ser modelo, e que trocou Fortaleza por São Paulo em janeiro deste ano para realizar seu sonho. Sete meses depoism, sem conseguir se adequar às métricas propostas pela agência, foi dispensada.
— Foi muito difícil pra mim, passei quase dois meses sem sair de casa. Meu cabelo chegou a cair. Mas agora, nesse momento, estou mais recuperada. Fico triste por saber que amigas ainda passam por isso. Estou recebendo um número imenso de mensagens agradecendo pela coragem, modelos de várias agências (grandes agências) — conta a jovem, que ainda não sabe o que vai fazer daqui para frente:
— No momento estou focada na minha saúde mental, apenas. Só quem tem problema de ansiedade sabe do que falo — afirma a ex-modelo, que revela ter sofrido uma crise de pânico e transtornos de ansiedade.
Endividada após várias tentativas frustradas de conseguir contratos — por conta do “corpo” —, Délleny descreveu o ambiente dos bastidores do mundo fashion. Vômitos forçados, transtornos alimentares, cobranças indevidas, agentes induzindo modelos a tomar laxantes, assédio sexual e outras situações humilhantes e embaraçosas, por exemplo, engrossam uma extensa lista de motivos, encabeçados pelo fator “idade”.
A dura rotina das modelos também assusta. “Meninas dormiam em um colchão no chão ou no sofá quando a casa estava cheia. Tinha apenas um fogão, onde só três bocas funcionavam (e mal). Um banheiro para 23 MODELOS. E é porque eu vim de uma periferia e sou de família humilde, já passei por vários perrengues e não sou de reclamar por besteira. Mas por um preço tão alto, tendo que ficar longe da família e amigos, não era algo fácil de aceitar. Além da questão de conviver com a rivalidade. Muitas passavam fome e disputavam quem perdia mais peso. Era uma briga de ego que não possibilitava a existência de uma parceria/amizade entre elas”, escreveu a modelo.
A jovem também descreve uma série de medos a que as aspirantes à passarela estão expostas. “É o medo do cliente não gostar dela ou dele. É o medo de não estar na panelinha de São Paulo. É o medo de vim outra modelo parecida com ela e tomar seu lugar. É o medo de não pegar nenhum desfile na semana de moda. É o medo de ficar velha. É o medo de não viajar para fora. Um medo enorme e de uma série de coisas sem o auxílio de absolutamente NENHUM psicólogo/nutricionista para nos orientar”, completou.
Por fim, Délleny alerta meninas que sonham fazer carreira na profissão. “Cuidado com esses concursos descobridores de Gisele! FUJAM DELES!!!!!!!!!! Modelos são ALIENADAS, mas a culpa jamais será delas, mas sim de todo o sistema nojento, antiprofissional e desumano que é o mundo da moda, que usa da persuasão e manipulação, prometendo um mundo de glamour. Desde as agências, produtores, maquiadores, revistas, fotógrafos, olheiros e mais. Mas claro, sem generalizações. Há poucos que se salvam desse universo mentiroso”, diz.

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