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Padre que foi dispensado após revelar ser gay critica igreja

Sacerdote há 17 anos, o padre foi destituído de sua posição após revelar ser gay e diz: "somos humanos que buscam amor"

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13/10/2015 às 13:00 • Atualizada em 01/09/2022 às 3:34 - há XX semanas
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O monsenhor Krzystof Charamsa, 43 anos, que foi destituído de sua posição no Vaticano após assumir ser gay e apresentar o seu companheiro, criticou o posicionamento da Igreja Católica, que categorizou como 'homofóbica'.

Padre Krysztof Olaf Charamsa (esquerda) em entrevista ao lado do parceiro
(Foto: TIZIANA FABI / AFP)

A revelação aconteceu um dia antes do início do Sínodo de Bispos, reunião onde os líderes da comunidade católica discutem questões relacionadas à família. Sacerdote há 17 anos, o padre foi destituído de sua posição na Congregação para a Doutrina da Fé logo em seguida. Em entrevista à BBC Brasil, Charamsa comentou ter recebido palavras de apoio e gratidão em meio às críticas sofridas após a sua revelação. "Admito que foi um gesto dramático, quase de desespero diante de uma igreja que considero homofóbica, cheia de medo e ódio. Eu vivi o pesadelo da homofobia da minha igreja", relatou o monsenhor durante a entrevista. Ele disse que a igreja não sabe "encarar a realidade", e que ainda acredita que a homossexualidade é uma doença com cura. "Não é delito ser homossexual. Você não pode imaginar o sentimento de culpa de um gay crente! A mentalidade cristã fundiu em nós que ser homossexual é diabólico", criticou o sacerdote.

Padre Krysztof Olaf Charamsa (esquerda) em entrevista ao lado do parceiro
(Foto: TIZIANA FABI / AFP)

"A igreja tem a ideia falsa de que homossexuais não podem formar família. Acredita que só buscam sexo. Isso é horrível. Não somos maníacos que buscam prazer sexual, somos humanos que buscam amor", garantiu Charamsa. Ele também revelou durante a entrevista que acredita que o papa Francisco é "um verdadeiro homem de Deus". Sobre o futuro, o padre disse ainda ter planos concretizados e como vai atrelar o seu futuro à sua vocação do sacerdócio. Segundo a agência Reuters, o Vaticano disse que a demissão de Charamsa não tem relação com seus comentários sobre sua situação pessoal, que afirmou “merecer respeito”. O Vaticano afirmou, porém, que ter dado a entrevista foi “grave e irresponsável”, por conta do início do sínodo, em que bispos vão discutir questões sobre a família. O Vaticano disse que as ações do padre sujeitariam o sínodo, que o Papa Francisco abriu no domingo (1º), a “pressão da mídia indevida”.
Correio24horas

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