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'Cheguei como um meteoro', avalia Majur sobre ascensão da carreira 

Na nova entrevista do 'Fora do Ar', a cantora relembra o início da sua trajetória na música e entrega detalhes da sua vida pessoal; confira

Lucas Sales • 06/05/2022 às 12:27 • Atualizada em 28/08/2022 às 3:08 - há XX semanas

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Majur é uma potência. Dona de uma das maiores vozes da Bahia, a cantora vive o melhor momento da sua vida pessoal e também profissional em 2022. Desde cedo ela sabia que queria ser artista, mas jamais imaginou que em apenas quatro anos, a sua carreira podia alçar voos tão gigantes como tem acontecido.

Hoje com 26 anos, Majur nunca teve medo de romper barreiras e desde muito cedo luta pelo o que acredita. Com uma expertise do tamanho do seu talento - e extensão vocal -, a ascensão meteórica de da artista trans aconteceu em 2019, após uma parceria com Pabllo Vittar e Emicida em 'AmarElo'.

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"Quando eu tô no palco e eu vejo as pessoas e eu vejo o quanto elas se conectam com o que eu falo, eu percebo a necessidade de eu estar aqui. A necessidade de eu ter aparecido naquele momento e de ter rolado tudo isso em quatro anos, e eu já estar globalmente conhecida, ainda falta muito, mas eu cheguei como um meteoro, mas não tem como ser diferente, eu sou Majur e filha de Xangô [um orixá no Candomblé]", avaliou.

Nascida no bairro do Uruguai, subúrbio de Salvador, Majur iniciou sua trajetória na arte com apenas cinco de idade ao integrar o coral da Orquestra Sinfônica da Juventude de Salvador. Mais tarde ela fez parte de bandas como o "SoulPretas". O grupo repaginava famosas canções da MPB e transformava arranjos clássicos em algo totalmente genuíno. Tudo inspirado em Liniker - que hoje é amiga íntima da artista, Jorge Ben Jor e Tim Maia.

Ao misturar estilos como MPB e R&B, as canções de Majur traz de perto a vivência da artista através de letras que falam de amor próprio, afeto e acima de tudo: liberdade.

Lua Leça é quem abre caminhos

Em 2018, Majur lança o EP 'Colorir', que conta com três canções: "Africaniei", "Náufrago" e "Detalhe". Através das redes sociais ela enviou esse projeto para todos os artistas do Brasil até que a ex-esposa de Maria Gadú, Lua Leça, vê um dos seus vídeos e a convida para um encontro na capital baiana. Veja a história no vídeos abaixo:

Foi por meio também da internet que cantora conheceu o produtor Jaguar Andrade, que trabalhou durante 10 anos com Ivete Sangalo - entre outros artistas como Carlinhos Brown e Daniela Mercury.

Dona Luziane

Em 2020, a artista bateu o martelo sobre quem era no mundo e trocou sua documentação para o nome pelo qual desejava ser reconhecida socialmente: Majur. O apoio da família, especialmente da mãe, Dona Luziane, foi fundamental para toda a autodescoberta. A cantora aproveitou o espaço para rasgar elogios à genitora.


				
					'Cheguei como um meteoro', avalia Majur sobre ascensão da carreira 
Foto: Reprodução | Redes sociais

"Ela é meu tudo! Meu alicerce, minha força, ela é a primeira mulher que eu vi, a minha primeira referência enquanto corpo, quando eu tinha quatro anos e me entendi enquanto mulher e de que existia algo diferente, a primeira coisa que eu vi foi: 'eu sou igual a minha mãe'. Ela foi a pessoa que construiu a minha autoestima, que fez eu me sentir bonita, que fez eu me sentir livre, ela quem me preparou para enfrentar o racismo e outros preconceitos no Brasil, mas ela me criou para ser forte comigo mesma antes de ser forte pro mundo. Essa é a Luziane, ela é forte tanto sozinha, quanto pro mundo.", afirmou ela.

Haters

Majur não aceita de maneira alguma que troquem o seu pronome. Sobre haters ela diz que vê essa movimentação como um fortalecimento. Ela também diz que não entraria no 'Big Brother Brasil' e comentou sobre a postura da amiga Linn da Quebrada na edição deste ano do reality show da TV GLOBO.

"Eu vejo isso como um fortalecimento. As pessoas vão falar sempre, as pessoas gostam de falar. E eles [haters] acabam gerando engajamento. Então gente, continuem, é só benefício. Eu não ligo de verdade. Criei um muro para me proteger.", continuou.

"Não perdoou realmente. Estamos no século XXI e a internet tá aí para a gente aprender", disse ela sobre troca de pronome. "Muitas de nós ficaram tristes vendo toda aquela imagem [quando participantes trocavam o pronome dela e a chamavam de 'ele] mas ela [Linn] teve uma postura admirável e quebrou as expectativas de todos que achavam que ela iria para lá fazer barraco.", pontuou.

'Ojunifé' e 1ª turnê

O primeiro álbum de estúdio da cantora nasceu em maio de 2021, em meio a pandemia da Covid-19. 'Ojunifé' vem do idioma iorubá e significa "olhos do amor". O disco traz parcerias da cantora com Liniker e Luedji Luna. "Eu dei esse esse nome porque passei dois anos tentando encontrar a pessoa dentro de mim e o candomblé foi extremamente responsável para isso. E eu precisava trazer isso à tona. 'Ojunifé' tem um organograma da minha vida. Quando estava escrevendo, essas música me fizeram forte.

Nesta sexta-feira (6), a cantora apresenta o show do álbum Ojunifé, no Largo Quincas Berro D'Água, no Pelourinho, em Salvador. A expectativa para a performance, que é a 1ª que ela faz em Salvador, é a melhor possível. "É um desafio transformar um disco em algo audiovisual, em um espetáculo, é tudo no detalhe. É preciso sensibilidade e muita gente participou desse processo comigo. O que vocês [fãs] vão ver no show é algo surpreendente. Vocês vão ver e sentir.", disse.

Ela também disponibilizou uma lista especial para pessoas trans. O show acontece a partir das 20h, com a abertura da DJ Tia Carol, com participação da rapper e DJ Baddie Evylin.

Presença nos maiores festivais do país

Em janeiro, Majur cantou no Loolapalloza, já em abril, ela agitou tudo no Festival Rock The Mountain. No segundo semestre de 2022, ela tá pronta para viver uma sensação indescritível: cantar no Rock in Rio e em cima do palco, homenagear o ícone da música popular brasileira, Elza Soares.

"Homenagear Elza Soares! Que responsabilidade. Eu queria que ela fosse viva para eu dizer 'Desculpa, Elza. O Brasil demorou muito para entender quem era Elza Soares e se eu estou aqui hoje é porque você estava lá brigando, e dizendo 'me deixem cantar, eu preciso cantar até o fim'. E assim ela fez, cantou até o fim", falou Majur.

Casamento à vista

No ano passado, exatamente no Dia do Orgulho LGBTQIA+, comemorado em 28 de junho, Majur foi pedida em casamento pelo dançarino Josué Amazonas. Majur enxerga esse momento como uma esperança para outros casais LGBTQIA+. Segundo ela, isso mostra que todos têm o direito de amar.

Os dois se conheceram em 2018, porém só engataram namoro dois anos depois, no período em que a cantora baiana fazia sua iniciação no candomblé. Vira e mexe o dançarino se derrete pela artista nas redes sociais: "Sou seu há um tempão, minha preta", comentou ele recentemente em uma das postagens da artista.

Vale destacar que Majur rompeu mais uma barreira recentemente ao se tornar a primeira pessoa trans não-binária a figurar na capa da revista Vogue Noiva 2021, principal revista dedicada a conteúdos e matérias sobre casamento no Brasil.

Sobre o casório ela entregou aos risos: "Vai ser em Salvador, já existe o lugar, já existe tudo. Vai ser no segundo semestre, vou me casar no meio de shows. Inclusive, estamos aqui nestes dias para fazer degustação [de doces e salgados]." Assista ao vídeo abaixo:

Veja o 'Fora do Ar' com Majur na íntegra abaixo:

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