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Decisão

Ufba arquiva processo de professora contra aluna trans após polêmica

Processo de professora contra aluna trans foi aberto depois que a estudante fez denúncia de transfobia contra a docente da Ufba

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Alan Oliveira

20/03/2024 às 22:02 - há XX semanas
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O processo de uma professora contra aluna trans, iniciado após denúncia de transfobia e racismo da estudante, foi arquivado pela Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia (Facom-Ufba).


				
					Ufba arquiva processo de professora contra aluna trans após polêmica
Ufba arquiva processo de professora contra aluna trans após polêmica. Foto: Divulgação

Jan Alyne acusava Liz Reis de assédio moral e calúnia depois que o assunto virou alvo de protestos de estudantes na instituição e na internet, com uma petição pública. O caso ocorreu em setembro de 2023, durante uma aula do curso de Produção Cultural na Facom.

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Na ocasião, uma discussão foi iniciada depois que a estudante apontou que a professora não concordou com as críticas dela sobre um texto abordado em sala. Na conversa, a professora usou pronomes masculinos para se referir a jovem.

Já a professora se retratou pelo erro no uso do pronome errado, mas negou os crimes. Ela declarou que não conhecia a aluna que participava da turma pela primeira vez.

Diante das acusações, a Ufba declarou, inicialmente, que Liz foi acolhida pela Pró-reitoria de Ações Afirmativas e Assistência Estudantil e orientada quanto aos procedimentos necessários. Além disso, foram abertas sindicâncias para apurar as denúncias apresentadas por Liz e por Jan Alyne.

O trabalho da comissão interna para julgar o processo aberto pela professora teve início no dia 7 de fevereiro, considerando as oitivas já realizadas anteriormente e as provas colhidas na investigação preliminar.


				
					Ufba arquiva processo de professora contra aluna trans após polêmica
Ufba arquiva processo de professora contra aluna trans após polêmica. Foto: Divulgação

A avaliação foi concluída no dia 28 de fevereiro. O grupo entendeu que a denúncia direcionada apenas a Liz não fez sentido.

Entenda como Ufba avaliou processo de professora contra aluna trans

"No item 1 da sua peça inicial, a denunciante expõe tão somente uma opinião pessoal sobre a existência de um suposto movimento identitário e repressor no âmbito discente da Ufba, todavia não faz objetivamente qualquer requerimento concreto correspondente, salvo um alerta à comunidade acadêmica sobre o suposto fato", indica um trecho do relatório.

Em outro trecho do documento, a comissão afirmou ainda que a professora solicitou apoio psicológico da Ufba e sugeriu que iria responsabilizar a instituição por eventual omissão, "requerendo ainda, no mesmo item, uma retratação 'de todo o corpo discente que participou dos lamentáveis episódios', todavia, sem identificar um indivíduo sequer para tanto".

A comissão classificou os pleitos como "genéricos" e fora do escopo do grupo.

"Desta maneira, após perscrutar todas as provas já produzidas na supracitada IPS, a fim de averiguar a possível conduta irregular da aluna Luiza Liz dos Reis Pinheiro contra a servidora docente da Facom, Jan Alyne Barbosa Prado, em sala de aula, ponderamos que não há correspondência material entre os fatos descritos na denúncia e os respectivos requerimentos ali formulados".

Com isso, a comissão defendeu o arquivamento do processo. A sugestão foi acatada pela faculdade, que encerrou o caso.


				
					Ufba arquiva processo de professora contra aluna trans após polêmica
Ufba arquiva processo de professora contra aluna trans após polêmica. Foto: Reprodução

Procurada pela reportagem, Jan Alyne afirmou que a Ufba também arquivou a denúncia de Liz contra ela, por falta de provas, e criticou a decisão da Facom quanto à queixa de calúnia contra a estudante.

A docente afirmou que não foi ouvida durante o processo, o que, segundo ela, limitou as possibilidades de defesa.

"Há muitas evidências de que a aluna cometeu crimes na esfera penal, cível e administrativa e a faculdade simplesmente decidiu arquivar a denúncia alegando falta de evidências materiais", disse ao g1.

A professora afirmou que o "episódio de violência institucional" provocou o adoecimento dela e que, por isso, está de licença médica por 60 dias.

"Meu afastamento tem relação apenas com a injustiça, o desamparo institucional e alta periculosidade no ambiente de trabalho", acrescentou.

Até a última atualização deste texto, a reportagem não obteve retorno sobre a situação com a estudante Liz Reis e nem com a Ufba.

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