A terça-feira de Carnaval em Salvador foi marcada por uma passagem épica. Quem esteve no circuito Osmar viu personagens que pareciam saído dos contos fantásticos. Princesas, fadas, gladiadoras, santinhas. Todas elas lideradas por um gigante. A bordo de sua carruagem elétrica, Léo Santana fez tremer o Campo Grande no último dia de Carnaval.
Com chave de ouro, o cantor encerrou as atividades do bloco As Muquiranas em 2017 e se afirmou como um dos principais nomes da música baiana da atualidade. "O meu verão foi muito bom, os Bailes da Santinha foram de ingressos esgotados, o meu DVD está um sucesso e temos seis músicas estouradas na boca do povo", disse um animado Léo Santana, que subiu no trio com um figurino assinado pelo estilista Fábio Sandy e um elmo que o deixou com 2,5 metros.
Na sexta-feira (3), o gigante fará juntamente com as bandas Harmonia do Samba e Timabalda o Baile da Santinha - A Ressaca. O evento está marcado para às 20h, no espaço Wet N' Wild.
Sobre a carreira, Léo se sente mais maduro e acredita que esta é a hora de colher os bons frutos plantados. "Eu estou feliz e sim o meu verão e o meu Carnaval foram gigantes. Mas ainda tenho muito que trabalhar, crescer e evoluir. Deixa Deus conduzir".
Horas antes do trio iniciar o percurso, os descontraídos foliões Muquiranas faziam os últimos retoques para escoltarem o gigante na Avenida. A dourada fantasia de gladiadora, tema deste ano do bloco, foi enriquecida pelos adereços e maquiagens cuidadosamente escolhidos pelas guerreiras.
O soldador Luís Henrique Melo, 43 anos, caprichou na sombra e no batom e disse que o clima de irreverência é o principal atrativo do cortejo. "É um clima de alegria muito grande, é muita brincadeira, criatividade. É muito gostoso sair com essa galera", disse.
Para o gerente de vendas Anderson de Jesus, 35, que pelo terceiro ano seguido saiu no bloco, As Muquiranas são uma verdadeira família. "Aqui todo mundo é uma coisa só. É uma fraternidade. Às vezes a gente nem conhece a pessoa, mas quando vemos ela com a fantasia, já tratamos como irmão", afirmou.
Impedidas de saírem na alegoria, as meninas também incorporaram o espírito guerreiro e marcaram forte presença na pipoca do cantor. Fã de carteirinha, a enfermeira Ticyane Oliveira, 23, se considera uma gladiadora de Léo. "Pense numa fã?! Sou eu! Fui em todos os Bailes da Santinha e estou rouca aqui porque fui no show dele ontem (27) em um camarote", contou.
Já as estudantes Natália Oliveira, 19, e Karine Almeida, 18, conseguiram um lugar privilegiado na carruagem elétrica do gigante gladiador. Porém, queriam mesmo se vestir de gladiadoras e seguir atrás do trio. "Ano que vem vou me fantasiar de homem para poder comprar a fantasia e sair vestida de mulher", brincou Natália.
As inúmeras auréolas enfeitando as cabeças dos foliões já entregavam que a música Santinha, principal canção de trabalho de Léo, estava na cabeça do povo. Ao puxar o pagode pela primeira vez, na altura do TCA, o público mostrou que a canção está também na ponta da língua, na sola do pé e em todo corpo dos foliões, que, com os combos abastecidos, desceram com gosto na Avenida.
"Não tem jeito. A Santinha vai ser a música do Carnaval. Hoje o gigante é cara", disse o veterano folião Senna Machado, 43, que há 17 anos desfila nas Muquiranas. Em seguida, Léo emendou seu segundo sucesso desta temporada, Quem vai no chão é ela, e levou a multidão à loucura ao descer do trio.
Ao longo do trajeto, o que se viu foram inúmeras faixas, declarações de amor e um frisson reservado às grandes estrelas. Os foliões literalmente tomaram todo o circuito Osmar. Eles se multiplicavam nas árvores, varadas, postes de energia, marquises, grades dos prédios. Foi uma verdadeira loucura. Todos em busca do melhor ângulo para ver o ídolo. O “L”, marca registrada do cantor, se proliferou nas mãos de jovens, crianças, senhoras e adultos
Um fã mais empolgado chegou a escalar o trio para conseguir um abraço do cantor. "Eu te amo, cara! Eu te amo!", berrava o emocionado Mateus Vinícius. Ao final do percurso, como costuma fazer todos os anos, Léo perguntou aos fãs e diretores das Muquiranas se eles o querem de volta no ano que vem. A reação do público não deixou dúvidas: todos querem LS em 2018. Esse ano, o Carnaval de Salvador foi escrito com "C" e "L" maiúsculos. E gigante cresceu.
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Redação iBahia
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