Para prevenir contaminações pela covid-19, é preciso cuidar da saúde do corpo. Além disso, uma boa higienização bucal ajuda a evitar que complicações que precisariam ser resolvidas fora de casa, o que seria perigoso, em tempos de pandemia.
Enquanto as recomendações de isolamento social continuam vigentes, o Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP) reuniu dicas para amenizar dores e alguns problemas bucais em casa. Confira abaixo:
Cuidados básicos
Realizar a escovação correta e frequentemente, assim como o uso do fio dental, pode evitar e até amenizar alguns problemas bucais, como dores de dente, mau hálito, sangramento na gengiva, entre outros.
O mau hálito, por exemplo, segundo a cirurgiã-dentista Luciana Vianna, integrante da Câmara Técnica de Periodontia do CROSP, é maiormente relacionado à higiene oral deficiente, por falta de uso de fio dental, ou por falta de uso de acessórios como escova interdental para quem faz uso de implante ou próteses fixas. “Isso porque as principais causas do mau hálito são o acúmulo de placa bacteriana na boca, cáries e doenças de gengiva, que podem ser evitados por uma boa rotina de higiene bucal”, explica.
Ainda segundo a profissional, a falta de higienização da boca também pode ser a causa de sangramentos da gengiva. “O sangramento gengival é um dos sinais de inflamação que normalmente decorre do acúmulo de placa bacteriana (biofilme) na superfície dental. Fazer uma higiene caprichada, com uso de fio dental e escovação criteriosa, pode ajudar e até resolver o problema.”
Mas fique atento, se o mau hálito ou sangramento gengival persistirem mesmo após a realização correta e frequente da escovação e uso do fio dental podem ser sinais de problemas mais sérios, como câncer de boca ou infecções graves. Nesses casos, é importante procurar um especialista para correto diagnóstico e tratamento.
Dor de dente
Outro problema muito comum que pode ser evitado com uma boa higienização bucal é a dor de dente. De acordo com o cirurgião-dentista Camillo Anauate Netto, conselheiro do CROSP, cáries mais profundas e doenças gengivais são as causas mais comuns de dores de dente.
“Para evitar a dor é importante evitar a causa dela, no caso de cáries e infecções na gengiva a correta higienização bucal é de extrema importância já que esses problemas são consequências de acúmulo de microorganismos na boca”, diz Camillo. Além disso, a dor de dente também pode ser ocasionada por má oclusão dentária (mordida incorreta), fraturas, exposição da raiz dos dentes e até mesmo sinusite.
Se a dor for persistente e não regredir com a higienização adequada pode ser sinal de um problema mais grave, como contaminação da polpa dental ou traumas e fraturas dentais. Nesse caso, também é recomendado procurar orientação de um especialista da área, que poderá encaminhar para uma consulta presencial de urgência.
O isolamento social e dores na face
Durante o isolamento social, além da negligência com a higiene bucal, também comum que as pessoas experienciem momentos de estresse e ansiedade, que podem prejudicar a saúde bucal. Um exemplo são casos de Disfunção Temporomandibular (DTM), quando há problemas com a articulação que liga o maxilar à mandíbula, que podem ir desde dores e desconfortos leves, até travamento da mandíbula que impede da pessoa abrir ou fechar a boca.
De acordo com o cirurgião-dentista João Paulo Tanganelli, integrante da Câmara Técnica de Disfunção Temporomandibular e Dor Orofacial do CROSP, a DTM é uma doença multifatorial. “São várias as causas-traumas e micro traumas que levam à DTM. Hábitos não funcionais, como roer unhas, mascar chicletes e morder objetos são exemplos, assim como bruxismo (apertamento de dentes ou contração dos músculos da mastigação), são bastante ligados a fatores emocionais. Por isso essa situação de isolamento pode agravar as dores na articulação", comenta.
Para a disfunção, há alguns auto cuidados que podem ajudar bastante para amenizar a dor, como compressas, exercícios fisioterápicos e automassagens. “O cuidado caseiro que será eficaz na DTM dependerá muito de cada situação já que a condição apresenta diversas causas, podendo haver comprometimento articular, muscular ou ambos. Assim, não há orientação que sirva para todos os casos”, alerta o profissional, que ressalta ainda que é importante que a pessoa não se automedique e procure orientação de um cirurgião-dentista especializado em DTM e Dor Orofacial.
Ações que buscam o relaxamento e diminuição do estresse e ansiedade também podem amenizar o desconforto com as dores orofaciais e DTMs. “Mesmo em isolamento, mantenha atividade física regular, boa alimentação, atividades que deem prazer. A meditação orientada também é de grande valia”, finaliza Tanganelli.
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Redação iBahia
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