O Ministério da Saúde recomendou que o medicamento ibuprofeno e outros anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs) não sejam tomados por pessoas com suspeita de terem contraído o novo coronavírus. Em nota técnica, o ministério também pediu que os pacientes evitarem a automedicação.
"Diante das incertezas e da lacuna de evidências comprovada sobre o tópico, recomenda-se o não uso de Ibuprofeno e outros AINEs, sendo preferível as medicações analgésicas, tais como paracetamol e dipirona", diz trecho da nota técnica.
O comunicado segue:
"Uma vez escolhidos aqueles como alternativa terapêutica pelo prescritor, é imprescindível considerar a relação risco-benefício diante da condição clínica individual, devendo-se monitorar sistematicamente os seus potenciais efeitos no paciente. A automedicação nesses casos deve ser expressamente evitada".
A pasta destacou que a relação entre o uso do remédio e o agravamento da doença "não está bem estabelecida". Assim, diversos países estão tomando medidas diferentes em relação a isso.
Na segunda-feira, o Ministério da Saúde disse que não havia motivo para interromper o uso do ibuprofeno. Na terça-feira, porém, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomendou que ele não fosse tomado. As preocupações em torno do remédio surgiram a partir de um estudo publicado na revista científica The Lancet e vocalizado pelo ministro da Saúde da França, Olivier Veran.
O ministério também fez uma recomendação quanto aos inibidores de enzima conversora de angiotensina (iECA) e os bloqueadores de receptores de angiotensina (BRA). Nesse caso, a recomendação é não interromper o tratamento.
"Dessa forma, de acordo com as evidencias científicas disponíveis no momento da publicação dessa nota e em consonância com a Sociedade Brasileira de Cardiologia, recomenda-se que os pacientes não interrompam seus tratamentos de medicamentos IECA ou BRA, principalmente sem recomendação médica", diz o documento.
"A avaliação médica do paciente deve ser individualizada em relação ao risco cardiovascular da suspensão dos fármacos versus ao risco potencial de complicações pela infecção por SARS COV-2", prossegue a nota técnica.
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Redação iBahia
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