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Salvador

Escola católica é criticada após usar livro de Djamila Ribeiro em aula

Escola católica adotou o livro 'Pequeno Manual Antirracista' nas aulas de religião; crítica viralizou nas redes sociais

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Nathália Amorim

02/05/2024 às 15:39 • Atualizada em 02/05/2024 às 15:59 - há XX semanas
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Uma mulher criticou o Colégio Antônio Vieira, unidade de ensino católica de Salvador, por adotar o livro "Pequeno Manual Antirracista" nas aulas de religião. Pelas redes sociais, ela publicou um texto questionando a escolha, que repercutiu nas redes sociais. Djamila Ribeiro, autora do livro, também se pronunciou.


				
					Escola católica é criticada após usar livro de Djamila Ribeiro em aula
Escola católica adotou o livro 'Pequeno Manual Antirracista' nas aulas de religião; crítica viralizou nas redes sociais. Foto: Reprodução/Redes Sociais

Segundo o texto feito pela mulher, o motivo para a indignação da escolha do livro é porque Djamila Ribeiro é de outra religião, candomblecista. Ela afirmou que a adoção do livro pelo colégio é uma "imposição ideológica" e "doutrinação escancarada".

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"Qual é o objetivo de utilizar uma autora que vem de família de outra religião, no caso específico candomblé? Existe isso qualquer conexão com a fé católica?", diz trecho da publicação.

"Isso é triste pois dentro de um colégio "CATÓLICO", dos mais tradicionais de Salvador, justamente na aula de religião, vemos a imposição ideológica, a doutrinação escancarada", continuou.

O livro de Djamila Ribeiro foi lançado em 2019 e venceu o prêmio Jabuti, o mais importante da literatura brasileira e vem sendo adotado para educação antirracista.


				
					Escola católica é criticada após usar livro de Djamila Ribeiro em aula
Livro de Djamila Ribeiro foi lançado em 2019 e venceu o prêmio Jabuti. Foto: Reprodução/Redes Sociais

Com a repercussão, a filósofa e autora do livro se pronunciou pelas redes sociais. Ela rebateu o ataque afirmando que vai "contra a instituição brasileira".

"A mãe em questão precisa estudar sobre o contexto social e racial do país, sobretudo vivendo em Salvador, capital do estado com maior população negra no Brasil", escreveu Djamila.

Já o Colégio Antônio Vieira defendeu, em nota, a adoção do livro, afirmando que as questões antirracistas são trabalhadas junto com o projeto político pedagógico da escola. Além disso, que as escolhas seguem fundamentos da Companhia de Jesus e também as diretrizes da Igreja Católica.


				
					Escola católica é criticada após usar livro de Djamila Ribeiro em aula
Foto: Reprodução/Redes Sociais

"Para nós a educação para as relação étnicos raciais é um imperativo de reconciliação com a justiça", afirmou.

Não há informações se a mulher que escreveu o texto é mãe de algum estudante da instituição.

Outros livros já foram criticados na mesma escola


				
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Livros 'Na Minha Pele' e 'Amoras'. Foto: Reprodução/Redes Sociais

Anteriormente, o colégio também foi atacado devido a adoção de livros de autores negros e e também de religiões de matriz africana.

Em 2019, um publicitário criticou a escolha do livro "Na Minha Pele" em 2019, do ator e diretor Lázaro Ramos, pela unidade de ensino. Na época, ele afirmou que a obra era um "lixo". O autor e o colégio não comentaram o caso.

"É esse tipo de lixo que as escolas estão empurrando goela abaixo nos nossos jovens. Mandar seu filho ao colégio é uma forma de destruí-lo. Pais, atenção total com seus herdeiros", escreveu o publicitário.

Em 2023, um novo caso. O livro infantil "Amoras", de Emicida, foi alvo de intolerância religiosa praticado pela mãe de um aluno do ensino fundamental da escola.


				
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As páginas do livro foram riscadas com indicações de salmos bíblicos, enquanto informações sobre orixás foram indicadas como "falsas".

Na ocasião, a direção da escola disse que é contra as declarações escritas no livro e assegurou que a obra será reposta, para que os estudantes continuem tendo acesso ao conteúdo do livro.

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