O policial militar investigado por matar uma jovem de 23 anos em um posto de combustíveis de Ilhéus, no sul da Bahia, foi preso nesta quinta-feira (18), 7 dias após o crime.
O homem já tinha sido ouvido na delegacia que apura o caso, mas foi liberado em seguida, porque não havia mais flagrante. A prisão desta quinta aconteceu por meio de um mandado de prisão.
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João Wagner Madureira alega que o tiro que matou Fernanda Santos Pereira foi acidental. De acordo com a Polícia Militar (PM), ele foi afastado das atividades durante a investigação do caso.
O crime aconteceu na madrugada do dia 11 de janeiro. Em nota enviada à imprensa anteriormente, os advogados do suspeito disseram que o homem não conhecia a vítima, que estaria "descontrolada" no momento do confronto. [Veja a íntegra da nota ao final do texto]
Imagens das câmeras de segurança do local mostram Fernanda abaixada enquanto o suspeito se aproxima dela com a arma em mãos. Na sequência, a vítima recebe um chute, discute e entra em luta com o suspeito.
Fernanda dá tapas nele e também é agredida até que o PM consegue imobilizá-la e dispara os tiros. A jovem chegou a ser socorrida pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e foi levada para o Hospital Costa do Cacau, mas não resistiu aos ferimentos. O corpo dela foi sepultado no dia 12 de janeiro, no cemitério da cidade.
Veja abaixo a íntegra da nota da defesa do policial:
É com profundo pesar que comunicamos a todos sobre o trágico incidente envolvendo o policial militar João Wagner Madureira, conhecido como Cenoura, lotado na 69ª CIPM, na madrugada desta quinta-feira(11/01).
No calor de uma discussão, o PM se envolveu em um incidente fatal que resultou na perda de uma vida. O policial sempre dedicou sua carreira à defesa da sociedade e, em especial, à proteção das mulheres atendendo e prestando socorro em diversos casos de agressão a mulher. O ocorrido é inquestionavelmente repugnante, e estamos cientes da gravidade dos fatos.
João Wagner está comprometido em se apresentar voluntariamente às autoridades competentes e cooperar plenamente com as investigações em curso. Entendemos que essa tragédia em questão não apaga sua história em defesa da sociedade enquanto policial militar, mas compreendemos a responsabilidade de responder judicialmente por seus atos. Como deve sempre ser, independente de quem seja.
É importante esclarecer que, embora as acusações de feminicídio estejam presentes na cobertura midiática, afirmamos categoricamente que o policial militar não conhecia a vítima e que o ato não foi motivado por violência doméstica, familiar, menosprezo ou discriminação à condição de mulher.
O vídeo que circula nas redes sociais mostra o momento em que João Wagner Madureira aparece com uma arma em punho apontada para o chão. As imagens não divulgadas irão provar que a arma não tinha a intenção de intimidar a vítima, mas sim afastar pessoas alteradas na localidade. Quanto ao disparo ocorrido, esse se deu de forma acidental, quando a vítima e o policial entraram em vias de fato, momento em que a vítima tenta segurar a arma do policial, acabando por acionar a tecla do gatilho de forma involuntária como mostra as imagens divulgadas e que resultou na fatalidade que lamentamos profundamente.
João Wagner Madureira reconhece a gravidade do ocorrido e está preparado para responder perante a justiça dos homens e a justiça divina. Neste momento difícil, expressamos nossas sinceras condolências à família enlutada.
Nosso compromisso é com a verdade e a justiça, e confiamos no devido processo legal para esclarecer os detalhes deste trágico episódio.
Alan Oliveira
Alan Oliveira
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