A eleição presidencial mais acirrada desde o retorno à democracia no Brasil teve também a apuração mais rápida da história brasileira. A totalização dos votos foi concluída às 2h17 da segunda-feira, mas às 20h27 de domingo já havia sido confirmada a vitória da presidenta Dilma Rousseff. Com o horário de verão, foi preciso aguardar que a votação se encerrasse em todos os estados, o que só aconteceu às 20h, horário de Brasília, para que a apuração passasse a ser transmitida em tempo real pela internet. Menos de meia hora depois, o país sabia o resultado. Para garantir o sigilo das informações durante o período, os técnicos de informática do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) foram os únicos brasileiros que acompanharam a apuração até que o resultado ficasse público. Eles ficaram isolados em uma sala do tribunal e tiveram de desligar os telefones celulares, que ficaram sobre uma mesa próxima à do chefe da Seção de Processamento de Eleições do tribunal, Júlio Valente.
Só as 22 pessoas que estava dentro da sala acompanharam o momento em que a apuração deu uma virada: o candidato Aécio Neves começou na frente, mas às 19h32, foi ultrapassado por Dilma Rousseff, que se manteve na liderança até o fim. Na sala de processamento, nada de torcida. “Nós acompanhamos a virada. Ela de fato ocorreu a partir do recebimento dos votos do segundo fuso, mas não houve grandes exaltações por parte da equipe”, disse Julio Valente, chefe da Seção de Processamento de Eleições. “O pessoal é muito profissional e todos ficaram acompanhando o resultado”. A contagem dos votos teve início com a informação das urnas das localidades que aderiram ao horário de verão – regiões Sul e Sudeste, além de Goiás e do Distrito Federal. Uma hora depois, o Nordeste e a maior parte do Norte começaram a transmitir os boletins de urna. Os estados do Amazonas e de Roraima, que têm um fuso horário de duas horas a menos em relação à Brasília, só começaram a ser apurados às 19h, no horário da capital do país. Por último, ficou o Acre, que tem um fuso de três horas a menos. Só puderam entrar na sala de processamento as pessoas que portavam um crachá específico de identificação. A área onde fica a seção é isolada do restante do tribunal. Nenhum veículo de imprensa teve acesso às informações antes das 20h. “Nós podemos garantir que não houve, em hipótese alguma, vazamento de informação. Os técnicos que aqui trabalham têm o compromisso da restrição da informação”, destacou Valente. “Nós temos um prédio totalmente segregado do prédio principal do Tribunal Superior Eleitoral, com vários níveis de segurança e isso propiciou que as informações fossem mantidas em sigilo até o momento da sua publicação”, afirmou o secretário de Tecnologia da Informação do TSE, Giuseppe Janino, que acompanhou o trabalho dos técnicos durante esse período.
(Foto: Reprodução / Facebook) |
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