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Varíola dos macacos: dermatologistas alertam para risco de confundir lesões na pele com outras doenças

Especialistas contam que é importante observar bem as feridas e avaliar os casos suspeitos

Redação iBahia • 14/09/2022 às 21:53 • Atualizada em 15/09/2022 às 9:43

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Os casos de varíola dos macacos têm aumentado exponencialmente no Brasil e no mundo. Somente na Bahia, são 101 registros confirmados até esta quarta-feira (14), sendo a maioria deles em Salvador. Altamente contagiosa, a doença tem como principal característica as lesões que surgem na pele. Elas, porém, podem ser confundidas com outras situações, dificultando o diagnóstico, como explicam as médicas dermatologistas Camila Sampaio e Fernanda Ventin.

“Do ponto de vista clínico, essas lesões lembram herpes, varicela, foliculite e até mesmo uma afta. Para fechar um diagnóstico é preciso que o paciente realize um exame laboratorial. Essa tem sido a grande dificuldade da varíola dos macacos para nós médicos. Pode ser realmente difícil confirmar com exames laboratoriais ", explica Camila Ribeiro.

Segundo as especialistas, que são sócias da Clínica InDerm, para identificar as características é importante alertar que o diagnóstico deve ser feito por um médico e não por conta própria. Porém, é comum que as lesões sigam etapas sequenciais como:

• Região fica avermelhada;

• Surgimento de uma lesão elevada;

• Formação de líquido dentro, com uma bolha de pus amarelado dentro;

• Umbilicação na lesão (depressão no meio);

• Desenvolvimento de uma crosta;

• Crosta cai e forma cicatriz.

“Geralmente, as pessoas têm de 5 a 10 lesões, principalmente no rosto, tronco, braços e pernas. Isso é o mais frequente. Após esses sinais citados, as lesões deixam de ser contagiosas. No entanto, pacientes imunossuprimidos, crianças e idosos podem apresentar uma quantidade maior de feridas”, afirma Fernanda Ventin.

Uma forma importante para evitar confusões da varíola dos macacos com outras doenças é observar o desenvolvimento de outros sintomas. Um deles é o aparecimento de ínguas, que são protuberâncias ocasionadas pelo aumento dos gânglios linfáticos.

O desenvolvimento de febre e mal-estar também são sintomas recorrentes nestes casos, que não necessariamente se repetem em outras complicações. Outro ponto, por exemplo, é identificar se a pessoa teve contato próximo com alguém infectado pelo vírus.

“A principal forma de transmissão é o contato próximo com lesões na pele, secreções respiratórias ou objetos pessoais contaminados, por exemplo, roupas de cama e banho”, afirma Fernanda Ventin.

Para que haja a transmissão da varíola dos macacos por partículas respiratórias, é preciso que exista um contato pessoal prolongado. Por isso, há maior risco desse tipo de contaminação para profissionais de saúde, membros da família e outras pessoas próximas às infectadas.

Durante o tratamento, na maioria das vezes, a dor pode ser adequadamente manejada com analgésicos, como dipirona ou paracetamol.

“Se muito intensa, pode demandar uso de opioides, como tramal e codeína, ou mesmo internação para melhor controle da dor. Ressaltamos que se qualquer pessoa observar um dos sinais de alerta relacionados à varíola dos macacos, é importante procurar uma unidade de saúde imediatamente”, completa Camila.

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