ACM Neto vira em duas zonas e cresce nos bairros do Subúrbio

No primeiro turno das eleições, o professor João César Carvalho, 27 anos, que mora em Pernambués, votou em Hamilton Assis (Psol). Domingo, foi um dos 717.865 eleitores de ACM Neto (DEM). “O PT eu não queria. Sou professor da rede particular, mas apoio a causa da classe”, disse ele, referindo-se à insatisfação dos professores da rede estadual, que este ano realizaram greve de 115 dias. Foram votos como o de João Carvalho que fizeram o candidato democrata abrir uma diferença de 94.131 votos em relação a Nelson Pelegrino (PT), depois de o primeiro turno acabar com uma diferença de apenas 5.326 votos entre eles. Pernambués, junto com bairros como Cabula e Saboeiro, está na 5ª zona eleitoral de Salvador. Tanto ali como na 11ª zona (São Caetano, Retiro, Bom Juá, San Martin), Neto conseguiu virar a disputa. Além disso, ele manteve a liderança nas outras 11 zonas onde já havia vencido na primeira etapa. Veja ao lado a comparação do mapa que o CORREIO publicou no 1º turno com o dessa segunda etapa. Na 5ª zona, onde no primeiro turno havia levado 22.869 votos (38,22%), Neto alcançou 32.227 (51,97%) domingo. Pelegrino foi de 23.501 (39,28%) para 29.941 (38,57%). Já na 11ª zona, Neto pulou de 18.534 votos (35,86%) para 27.003 (50,28%). O petista perdeu terreno e chegou a 26.700 votos (49,72%). No primeiro turno, ele conquistou 21.920 eleitores (42,41%). Na Jaqueira do Carneiro (zona 11), mais um exemplo do que fez a diferença. A dona de casa Tânia Regina, 49, afirma ter votado inicialmente em Pelegrino, mas mudou. “Achei que Neto apresentou mais garra e melhores propostas. Espero que ele prove”.CrescimentoA vitória de ACM Neto se constituiu também graças a um grande crescimento nas zonas em que o candidato petista foi vencedor. Mesmo na zona 4 (Periperi, Coutos, Paripe e ilhas), onde Pelegrino conseguiu 44.636 votos e teve seu maior percentual de eleitores (60,74%), Neto avançou mais em números absolutos. Ali, o democrata saiu de 18.871 votos (26,68%) para 28.848 (39,26%). Já Pelegrino teve 7.259 votos a mais: passou de 37.377 (52,84%) para 44.636 (60,74%). Movimento semelhante ocorreu nas zonas 15 (Plataforma, Praia Grande), 16 (Sussuarana, Tancredo Neves, São Marcos) e 17 (Mata Escura, Pirajá, Castelo Branco). Na 16ª zona, por exemplo, Neto saltou de 29.301 (34,88%) para 42.390 (48,66%), um ganho de 13.089 votos. Pelegrino, por sua vez, conquistou 8.538 votos a mais. A análise dos números mostra também que, nas 13 zonas em que venceu, Neto conseguiu abrir uma diferença maior que 10 pontos percentuais em dez. Pelegrino conseguiu isso em apenas duas. Na zona 1 (Barra, Graça, Campo Grande, Canela) e na zona 13 (Pituba, Itaigara, Costa azul), ACM Neto teve mais de 70% dos votos válidos. Na primeira, ele arrematou 34.602 (70,17%). Na 13ª, foram 46.591 (70,78). Somadas, essas duas zonas deram ao candidato democrata uma vantagem de 47.249 votos em relação ao petista, mais que a metade dos 94.131 eleitores que Neto conseguiu a mais que Pelegrino para ser eleito o novo prefeito de Salvador. Matéria original do CorreioACM Neto vira em duas zonas e cresce nos bairros do Subúrbio; veja mapa