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SALVADOR

Amiga de adolescente morto questiona operação na Gamboa

Ministério Público do Estado da Bahia, Ordem dos Advogados do Brasil Seção Bahia e Conselho Estadual de Proteção aos Direitos Humanos da Bahia acompanham as investigações do caso

Redação iBahia • 02/03/2022 às 17:19 • Atualizada em 26/08/2022 às 18:07 - há XX semanas

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Foto: Reprodução/TV Bahia

Os corpos dos três jovens mortos durante uma operação policial na Gamboa, na última terça-feira (2), foram velados nesta quarta (1°). Patrick Sapucaia, de 16 anos, e Cleverson Guimarães, 22, e Alexandre dos Santos foram enterrados no Cemitério Campo Santo, na Federação em Salvador. Uma amiga da família de Patrick questionou a ação policial.

“É um jovem que foi brutalmente assassinado, e quem vai pagar por esse crime? Cadê o direito humano? Até quando nossos corpos vão ser a carne mais barata do mercado? Até quando temos que permitir que o jovem não possa completar 18 anos? Que o jovem não possa ir e vir? Isso é injustiça, isso é genocídio. É o povo negro sendo assassinado", questionou.

Em reportagem da TV Bahia, familiares e amigos das vítimas lamentaram o ocorrido. Os enterros foram marcados por muito comoção e pedidos de justiça pela comunidade.

Os moradores da região do Solar do Unhão afirmam que os policiais chegaram no local atirando. O pai de uma de Alexandres dos Santos, uma das vítimas, disse em entrevista que os jovens foram para um imóvel abandonados e executados, na madrugada de terça (1°).

"Executaram meu filho. Eu estava trabalhando, quando me ligaram falando que pegaram meu filho e os outros dois, levaram para uma casa abandonada e chegaram lá e executaram. Botaram armas e drogas como se fossem deles", lamentou o Jocelino Gomes, pai de uma das vítimas, Alexandre dos Santos.

Já a PM, dá outra versão do caso. Segundo a Polícia Militar, uma guarnição havia recebido a ocorrência de sequestro. Ao chegar na localidade, os policiais teriam sido recebidos com tidos pelas vítimas. No confronto, os jovens teriam sido feridos.

Ainda segundo o pai do jovem, as três vítimas eram amigos e estavam bebendo na beira da praia quando a situação aconteceu.

"Meu filho trabalhava autônomo, ele vendia roupas pela internet, fazia várias coisas. Os três eram amigos, eles estavam bebendo na beira da praia, com aquelas caixinhas de som. Aí na hora que eles viram os meninos, abordaram e já foram levando para dentro da casa abandonada e executaram todos os três", disse Jocelino.

Foto: Reprodução/Redes Sociais

A Polícia Militar não respondeu às acusações dos moradores e das famílias. O caso foi registrado na Corregedoria da corporação, e será investigado.

"Infelizmente, no país que a gente vive, sem lei nenhuma, a lei só serve em benefício dos governantes, eu não espero nada. Só espero a justiça de Deus", afirmou Jocelino.

Órgãos acompanham as investigações do caso

O Ministério Público do Estado da Bahia (MP-BA) informou, na quarta-feira (2), que vai instaurar um procedimento de notícia de fato para apurar as investigações sobre a operação da Polícia Militar que resultou na morte de três pessoas na Comunidade do Solar do Unhão, na Gamboa. O parquet disse que, após isso, o processo vai ser distribuído para um promotor de Justiça.

Também na quarta, a Ordem dos Advogados do Brasil Seção Bahia (OAB-BA) disse estar acompanhando o caso e irá cobrar da corregegoria e da Secretaria de Segurança Pública (SSP-BA) uma "investigação transparente e minuciosa do ocorrido, com o afastamento dos policiais envolvidos na ocorrência e outras medidas de proteção às testemunhas".

Já o Conselho Estadual de Proteção aos Direitos Humanos da Bahia (CEPDH-BA) e a Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social da Bahia (SJDHDS) emitiram um posicionamento sobre o assunto, afirmando que integrantes do órgão realizaram reuniões com membros da comunidade do Solar do Unhão e seguirão dialogando com as corregedorias da Polícia Militar e da SSP-BA para determinar o desenrolar dos acontecimentos.

O caso

Três pessoas foram mortas nesta terça-feira (1º), na comunidade da Gamboa, localizada na Avenida Contorno, em uma ação da polícia.

Os moradores da comunidade acusam os policiais de terem chegado atirando e usado gás lacrimogêneo, durante a madrugada, por volta das 2h.

Já a Polícia afirma que os agentes foram recebidos com tiro ao entrarem na comunidade. Conforme nota da corporação, após revide e posterior progressão no terreno, as equipes encontraram três homens caídos ao solo em posse de armas de fogo e drogas. Os outros suspeitos conseguiram fugir.

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