A frota de ônibus que circula pelo bairro de Valéria está reduzida nesta segunda-feira (22). Segundo o vice-presidente do sindicato dos Rodoviários, Fábio Primo, cerca de 40% dos ônibus estão nas ruas por conta de um número significante de policiais fazendo rondas na região.
"Geralmente circulamos com 20 ônibus no bairro, mas não temos esse número agora porque a sensação de insegurança é muita. Agora está acontecendo um policiamento por aqui e se continuar assim, nos dando mais segurança, voltaremos com a frota 100% amanhã", disse Fábio ao Correio24horas. Ele afirma, ainda, que depois das 18 horas não haverá redução de ônibus, caso a polícia continue a circular pelo bairro e que a Estação Pirajá não foi fechada e funciona normalmente. "É boato. Eu e os diretores de imprensa e jurídico do sindicato passamos o dia na estação e não aconteceu nada, está tranquila". Apesar disso, os moradores de Valéria continuam em clima de tensão, desde que três coletivos foram incendiados, neste sábado (20), por criminosos em uma suposta retaliação pela morte de um traficante conhecido como Mamano. Um veículo da empresa Praia Grande ficou totalmente destruído na Rua Nova Brasília, e outro na BR-324, sentido Salvador, perto da entrada de Valéria. Outro da empresa Modelo Transportes foi parcialmente queimado, depois que cerca de dez pessoas invadiram o veículo e mandaram os 50 passageiros descerem. De acordo com um funcionário da empresa, eles jogaram gasolina e depois fugiram — o motorista conseguiu conter as chamas.
Após a fuga dos criminosos, o veículo foi depredado e pichado com a frase “Katiara luto”, nome de uma facção criminosa que atua na região. Embora a PM informe que “não há registro de ocorrências de confronto entre PMs e Mamano e nem informações sobre a morte do mesmo”, o dia ontem foi atípico no bairro. O comércio funcionou — mas lojas estavam com portas abertas pela metade.A Unidade de Pronto Atendimento (UPA) teve funcionamento parcial, com grades na entrada. “Faz medo de trabalhar, de ir na igreja ou no mercado”, disse uma comerciante. Sem ônibus circulando no bairro, os pontos ficaram cheios. Moradores tiveram que caminhar cerca de uma hora até ponto mais próximo onde havia coletivo.
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