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SALVADOR

Assaltos a ônibus crescem 43% em relação ao ano passado

Novembro registrou em 15 dias mais roubos do que todo o acumulado do mês de 2010

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17/11/2011 às 10:53 • Atualizada em 31/08/2022 às 10:53 - há XX semanas
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Ônibus estão mais visados por assaltantes
O serviço custa R$ 2,50. Ele normalmente oferece longas esperas, superlotação e bastante calor. De brinde, sem ter para onde correr, as 460 mil pessoas que andam de ônibus em Salvador todos os dias ainda vêm recebendo um belo índice de assaltos, que aumentaram 43% este ano, em comparação a 2010.De janeiro a setembro de 2011, 1.183 ônibus foram assaltados somente na capital. No mesmo período do ano passado, foram registrados 823 roubos. Com isso, a média de ônibus assaltados na capital baiana subiu de 80 por mês para 116. Em novembro, somente em 15 dias, já foram registrados 85 roubos a coletivos na capital baiana, o que equivale a uma média de 5,66 veículos assaltados por dia. O número supera o acumulado do mês inteiro de novembro de 2010, quando a polícia notificou 73 casos (média de 2,5 por dia), e se aproxima ainda do registrado em todos os dias de novembro de 2009 (87 casos). Os locais preferidos pelos assaltantes são o bairro de São Caetano, a avenida Paralela e a BR-324 (veja ao lado). Os dados estão em boletins mensais e diários no site da Secretaria da Segurança Pública (SSP). O titular da Delegacia de Repressão a Furtos e Roubos e coordenador do Grupo Especial de Repressão a Roubos a Coletivos (Gerrc) diz que o anormal foram os números do ano passado. Segundo ele, “2010 foi um ano atípico”. “Teve diversas paralisações do transporte urbano em 2010”, destaca o delegado, que está há oito meses à frente do Gerrc. O delegado destaca ainda que os dias preferidos pelos assaltantes são os feriados e explica que a prática ganhou novos adeptos. “Se intensificou a participação de menores e de mulheres, o que antigamente era raro”, diz. VítimasO motorista Valdir dos Santos, 43 anos, conta que já perdeu as contas de quantas vezes foi assaltado, mas sofrendo o problema no dia a dia, ele afirma que “este ano a situação está braba”. Com 31 anos de profissão, o motorista conta que os assaltantes costumam agir de forma diferenciada, de acordo com o local em que o crime é praticado. “Se for na estrada, eles tiram o carro do roteiro e, em Salvador, sobem em um ponto, assaltam e descem no outro”, explica. “Eles estão subindo aqui no Terminal da França. Semana passada, um assaltante pegou o ônibus na Praça da Sé e assaltou todo mundo. Quando viu a viatura, mandou o pessoal fazer silêncio e desceu na Praça Castro Alves”, complementa o também motorista Luciano José, 33 anos.
Ele conta que todos os dias tem que enfrentar o medo. “A gente trabalha com muito medo. Os caras entram no carro xingando muito e agredindo. Viramos reféns. Eles não querem que a gente dê bandeira. É mão no volante, olhando para a frente, para não morrer”, emenda Luciano. Desde que presenciou um assalto, quando estava a caminho da faculdade, a auxiliar administrativa Girnil dos Santos, 33, diz que ficou traumatizada. “Eram quatro marginais armados. Eles subiram na Estação do Iguatemi e botaram arma na cabeça do motorista e de um passageiro. As pessoas ficaram apavoradas”, conta. Com o trauma, ela acrescenta que costuma até se atrasar para compromissos. “Quando eu cismo com alguém que entra no ônibus, eu desço. O ruim é que perco tempo e ainda tenho que gastar mais dinheiro”, emenda. RepressãoDe acordo com Tormes, a própria ação da polícia contribui para o aumento no assalto a coletivos. “Com a intensificação do combate ao tráfico, houve uma migração. O coletivo propicia ao marginal saquear o cobrador e os passageiros. Tanto o dinheiro quanto os objetos roubados são investidos no tráfico”, diz. De acordo com as estatísticas da SSP, os bandidos roubam uma média de R$ 97,80 por assalto. Para combater a prática, o delegado destaca a interação entre as polícias Civil e Militar. “Estamos intensificando nossos trabalhos, com base em dados estatísticos, inteligência e análise da mancha criminal”, complementa. O diretor do Sindicato das Empresas de Transporte Geral (Setps) conta que ações para combater a prática já foram tomadas. “Além da implantação da operação Gêmeos, convênio entre o Setps e o Gerrc, o que tínhamos para fazer já fizemos há 10 anos quando implantamos o passe eletrônico e instalamos câmeras”, diz. Ele minimiza o aumento de 43% nos assaltos. “Não diria que isso foi um aumento, e, sim, uma oscilação. Antes da implantação dos sistemas de segurança, chegamos a registrar 400 assaltos a ônibus em um mês. Hoje essa média chega a 100”, pondera.

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