Assistente social por formação, Samita Machado, 43 anos, decidiu mudar de carreira em função do baixo salário que tinha atuando em hospitais de Salvador. Pensou em várias possibilidades até que descobriu a carreira de corretora de imóveis. "Quem faz o salário é o próprio corretor, mas hoje ganho mensalmente entre R$ 10 e 15 mil. Quando era assistente social, ganhava cerca de R$ 2 mil. A área de saúde é muito restrita, ao contrário da corretagem", explica a profissional que trabalha há seis anos na Brasil Brokers Brito & Amoedo, uma das maiores imobiliárias de Salvador. A profissão escolhida por Samita está em alta no mercado baiano, estimulada pelo volume de empreendimentos imobiliários. Segundo o presidente do Conselho Regional de Corretores de Imóveis - 9ª Região (Bahia), Samuel Prado, só este ano já foram disponibilizados 300 novos registros de profissionais de corretores que, em alguns casos, podem ganhar até R$ 18 mil por mês.
"As pessoas estão estimuladas com a carreira de corretor por ser uma oportunidade que permite maior abertura para o mercado de trabalho e ampla liberdade de atuação. É diferente de empregos tradicionais", diz. Hoje, são 13 mil profissionais em atuação no estado. Prado indica que os rendimentos dos corretores não são fixos. “Cada um faz sua renda, o que é muito variável, mas o céu é o limite. Tem que ter contatos e também boa capacidade de venda”, destaca. Rendimentos Corretor de imóveis e diretor da PDG Vendas, Heitor Croce, 30, trabalhou em diversas áreas antes da corretagem, entre elas, hotelaria, previdência e, por último, treinamento e desenvolvimento de líderes. Nenhuma com atuação comercial. Croce nunca pensou em ser corretor, mas quando decidiu comprar seu primeiro imóvel – e conseguiu negociar com destreza a aquisição do bem – foi convidado pelo gerente da empresa de vendas para experimentar o mercado. “Analisando o ganho do corretor no cheque que emiti de comissão, decidi entrar no curso e na empresa. Com 13 dias no mercado vendi minha primeira unidade, uma cobertura. Nesse momento, entendi que se tratava de um mercado de oportunidades onde eu podia depender exclusivamente do meu empenho, dedicação e ética”, ensina.
Na empresa onde trabalha desde 2007, a média de ganho por venda foi de R$ 17.900 para os corretores no mês passado. “Profissionais com sabedoria para trabalhar podem atingir ganhos compatíveis com diretores de qualquer grande companhia. Há uma variação a considerar nas taxas, uma vez que as remunerações são feitas diretamente entre o comprador e o corretor”, explica. De acordo com o Creci-BA, os honorários dos corretores por cada venda dependem do tipo de imóvel que ele vende, o que pode fazer crescer o valor do rendimento mensal. No caso de imóveis urbanos o corretor ganha 5% pelo valor da venda. Para imóveis rurais e pontos comerciais é 10%. Formação Estimulada pelo movimento do mercado, a analista de sistemas Cláudia Dantas, 27, decidiu investir na sua formação como corretora de imóveis. “Tenho uma colega de sala que conseguiu um bom emprego já no período de estágio e ao final de um ano conquistou um carro zero”, conta. Ela faz atualmente o curso superior em Negócios Imobiliários, uma das duas formas de se credenciar para atuar no mercado. O curso, que tem duração de dois anos, custa, em média R$ 7 mil. A outra forma de ingressar na carreira de maneira legalizada é através do Curso de Técnico em Transações Imobiliárias, que tem duração média de 12 meses e valor de R$ 2,5 mil. O presidente do Creci, porém, pondera a empolgação destacando que a carreira requer dedicação contínua. “O corretor trabalha com a venda diariamente. Não tem como se acomodar. Cada dia é uma nova conquista. Tem que partir do zero”, explica. Foi o que aconteceu com o administrador Osmar Silva, 47, que desistiu da carreira para atuar no setor executivo de vendas de uma empresa de telefonia. “Fiz o curso em 2008 e no primeiro ano faturava R$ 20 mil por mês. Mas o tempo passou e eu percebi que, para lidar com o sonho de realização da casa própria, é necessário um perfil que não tenha apenas um foco comercial. Ser corretor não é só saber vender. Tem que entender do desejo das famílias, que é muito complexo”, esclarece.
Qualidades A corretora Samita elenca a confiança como o principal requisito de quem quer se tornar um corretor acima da média no mercado. “Tem que estar disponível para o cliente mesmo depois da compra efetivada. A credibilidade e a confiança que o cliente tem no corretor é um estímulo para que um primeiro cliente te indique para outros e assim você tenha uma carteira de clientes maior, com mais possibilidades de vendas”, ensina. O diretor de vendas da PDG indica que o corretor tem que se sentir dono do produto que está comercializando. “Essa responsabilidade inserida em cada um facilita a capacitação de outras qualidades importantes, pois um dono não falta com a ética de sua empresa, um dono não deixa de ter compromisso com os resultados de seu negócio, não deixa de buscar a satisfação de seu cliente, não deixa de trabalhar todos os dias”. Matéria Original: Correio 24h* Carreira de valor: Corretores de imóveis ganham até R$ 18 mil de salário por mês
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