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SALVADOR

Com a tragédia do desabamento no Rio, órgãos reforçam recomendações para edificações em Salvador

Os moradores devem ficar atentos às construções durante todo o ano

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26/01/2012 às 17:34 • Atualizada em 31/08/2022 às 16:49 - há XX semanas
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Na noite da última quarta-feira (25), três edifícios desabaram na Avenida 13 de Maio, no centro do Rio de Janeiro. Mesmo sem definir as causas da tragédia, que já tem três vítimas fatais e outras 19 pessoas, os órgãos de controle, de fiscalização e de proteção em Salvador reforçaram as recomendações para os moradores da capital baiana. Para se ter uma ideia, pelo levantamento feito pelo Conselho Regional de Engenharia e Agronomia da Bahia (CREA-BA), cerca de 60% das construções da cidade são ou estão em situação irregular. "É um número que continua causando preocupações. Essas construções são feitas sem a participação de profissionais como arquitetos e engenheiros, sem alvará de liberação e sem registro nos órgãos também. São obras realizadas por leigos, por pessoas não habilitadas. Isso representa um risco efetivo para as pessoas e pode trazer problemas graves", diz o engenheiro civil, arquiteto e analista técnico do CREA-BA, Giesi Nascimento.
Na tragédia no Rio de Janeiro, três pessoas morreram e outras 19 estão desaparecidas
Uma das grandes resistências encontras pelos órgãos é justamente o convencimento dos cidadãos de que toda e qualquer obra que eventualmente coloque em risco o coletivo necessita de um acompanhamento do profissional especializado. Em Salvador, como em outros grandes centros urbanos do país, é comum levantar prédios ou casas tomando com base apenas o conhecimento próprio, que quase sempre não possui o conhecimento técnico necessário. "Quem vai construir precisa saber que o profissional tem os atributos necessários para fazer o empreendimento. Eles pensam o conforto, a estética e, sobretudo, a segurança. Fazem o registro no Conselho, através da Anotação de Responsabilidade Técnica e, com isso, assumem o compromisso com a obra e com qualquer consequência que possa ter", diz Giesi. Apesar desta necessidade, uma das grandes barreiras é a questão financeira. Geralmente, o custo da contratação e do acompanhamento de um profissional como este, ainda que necessário, não é acessível para a maioria da população. "Diferente dos serviços judiciais e da área de saúde, o Estado não oferece gratuitamente um engenheiro ou arquiteto para orientar e supervisionar as construções de quem não tem como pagar", finaliza Giesi. Recomendações da CodesalLonge do período das chuvas, a tendência de quem possui casas ou prédios em situação de risco é esquecer da questão. Entretanto, a Defesa Civil de Salvador (CODESAL) alerta que o risco de desabamento é uma constante durante todo o ano. Somente nesta quinta-feira (26), por exemplo, foram noves os registros de ameaças de desabamento. Os proprietários, de acordo com o órgão, devem ficar atentos aos sinais apresentados pelo imóvel. Uma rachadura na parede, no solo ou no teto, um estalo, uma construção feita nas proximidas que provoque abalos nas estruturas deve ser imediatamente comunicada. Depois da visita do profissional da Codesal, podem ser emitidas notificações de saída imediata, ou a depender do caso e da situações, são feitas recomendações para efetuar os reparos. A CODESAL também orienta que a população siga com rigor as orientações do engenheiro, entendendo que o objetivo é proteger à vida e não deixar pessoas desabrigadas. A ligação para a Defesa Civil, através do número 199, é gratuita.

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