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SALVADOR

Comerciantes se mobilizam para requalificação da orla de Itapuã

Comerciantes de quiosques e baianas da orla de Itapuã esvaziam os equipamentos. Projeto custa R$ 14 milhões e deve ficar pronto até o fim do ano

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15/07/2014 às 11:44 • Atualizada em 27/08/2022 às 8:10 - há XX semanas
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O fim da Copa chegou e junto com ele a volta à realidade. Mas, para os donos de 14 quiosques da orla de Itapuã, ontem o dia foi de mudança de rotina. Com o fim do prazo estabelecido pela prefeitura, eles começaram a retirar os equipamentos e partes da estrutura dos quiosques antes da demolição, prevista para começar ainda ontem, de acordo com o secretário municipal de Infraestrutura e Defesa Civil, Paulo Fontana. Além deles, três baianas que trabalham na área também têm que sair. A obra começou há 30 dias, mas houve um acordo para que os quiosques fossem demolidos só após da Copa. “Essa obra vai do Habib’s até o Quiosque de Janaína. Como estava em época de Copa, a gente decidiu que da Sereia até a Janaína, a gente iria demolir hoje (ontem)”, disse Fontana. Nos últimos 30 dias, foi iniciado o trabalho com os passeios, alvenaria e ciclovia. A previsão é concluir a obra até o fim do ano. Apesar de o projeto ter sido apresentado pela prefeitura em fevereiro, a maioria dos comerciantes afirma não saber como será a requalificação. “A gente quer que a prefeitura faça uma reunião para apresentar melhor as coisas e explicar como é que vai ser daqui para frente, só isso”, disse a vendedora Rose Aragão. A presidente da Fundação Mário Leal Ferreira (FMLF), Tânia Scofield, instituição responsável pelo projeto, disse que o conceito foi discutido com a comunidade. “Nós tivemos algumas reuniões e teve um grupo muito representativo que participou efetivamente do projeto, inclusive o grupo jovem de lá”, afirmou. “Tem grupo que acha que a gente deveria deixar muito menos ambulantes e quiosques. Os comerciantes acham que tem que ter muito mais. Os que veem como bairro cultural entendem que tem que ser muito mais cultural e menos comercial”, disse Tânia. A secretária de Ordem Pública, Rosemma Maluf, garantiu que o projeto foi apresentado. “O prefeito (ACM Neto) fez uma apresentação pública, é de conhecimento de todos. Como as pessoas de lá não iam saber?”, questionou. MudançaO músico Jairo Lima, morador de Itapuã, questiona o projeto. “A gente sabe que a praça está uma bagunça, mas não precisava ser desse jeito. Para quê vai ter um anfiteatro, uma pista de skate aqui? Nada disso é necessidade do bairro”, reclamou. Além do prejuízo nos meses parados, os comerciantes também não sabem como vão arcar com as demissões. Dono do Camarão Pimenta há 21 anos, Marcos Corrêa tem 12 funcionários. “A gente fica sem saber o que fazer, como indenizar essas pessoas. Fica apenas na promessa de que vai readmitir quando a obra ficar pronta”, reclamou. Ontem, alguns comerciantes levavam estruturas dos quiosques como telhas, portas e até o balcão de mármore. “Isso aqui custou caro, eu vou levar porque deve servir para outra coisa”, disse uma vendedora de coco que não quis se identificar. Enquanto as obras não ficam prontas, ela também vai procurar outra alternativa de sobrevivência. “Eu vou é procurar emprego, procurar outra coisa para fazer”, disse. Segundo Rosemma Maluf, os 14 permissionários de quiosques que têm registro terão direito a voltar à orla assim que a obra terminar. “A licença é provisória, a qualquer tempo ela pode ser cassada. Existe hoje um interesse coletivo maior do que o individual. E o espaço é público, os ambulantes que têm permissão de uso vão retornar. Isso foi acordado em reunião, o município não tem interesse de prejudicar, agora temos interesses maiores, que é justamente a requalificação do bairro”, disse. Segundo ela, a entrega será feita em etapas, que vão sendo liberadas conforme concluídas.
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