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Após a confirmação da morte cerebral do estudante de Engenharia Ambiental Líbio Mendonça, 22 anos, e da liberação da doação de órgãos pela família, pelo menos cinco pessoas souberam da notícia de que sairão da angustiante fila de transplantes e estão a um passo para uma vida nova. Segundo Heraldo Moura, coordenador do Sistema Estadual de Transplantes, foram aproveitados o fígado, que foi transplantado já na noite de ontem, os dois rins e as duas córneas, que passarão por teste com os prováveis receptores para avaliar se há compatibilidade genética. O coração, segundo Moura, foi enviado para Curitiba (PR), porque em Salvador não há hospitais que realizem a cirurgia cardíaca. Na capital paranaense, o órgão será processado para o aproveitamento das válvulas. “Merece todas as homenagens a família. Superou este momento de crise para um ato extremamente solidário”, agradeceu o gestor. A irmã do estudante, Ana Paula Mendonça, retribuiu: “É o dever da gente. Se podemos salvar outra vida, por que não? Seria um egoísmo deixar os órgãos morrerem. A gente faz mesmo de coração, morreu uma vida, mas a gente consegue salvar outras”, afirmou. Líbio foi vítima da violência em Guarajuba, no Litoral Norte, na madrugada de domingo. Ele foi atingido com quatro tiros na cabeça disparados por um homem ainda não identificado quando estava na praça de Guarajuba. Segundo o titular da 33ª Delegacia (Monte Gordo), delegado Nilton Borba, a polícia prossegue a investigação e trabalha com pistas que levam aos dois envolvidos no crime, mas não pôde informar mais detalhes. Ana Paula informou que a família desejava cremar o corpo de Líbio, mas a Justiça não permitiu porque, a depender do resultado das investigações, poderá ser necessária a realização de uma exumação. O enterro será realizado nesta quarta-feira no Cemitério Jardim da Saudade.
Com informações do repórter Rafael Rodrigues