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SALVADOR

Família orienta irmão de Valdir Cabeleireiro a pedir proteção

Outros três participantes do assassinato e da tentativa estão sendo procurados pela polícia

Redação iBahia • 12/01/2017 às 8:38 • Atualizada em 31/08/2022 às 12:45 - há XX semanas

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A família de Valdir Macário soube da prisão de dois acusados pela morte do cabeleireiro pelas redes sociais. “Estávamos reunidos na hora, em uma cerimônia. Não temos mais o que falar, Deus já disse, eles estão aí presos. Com certeza os outros serão encontrados”, acredita a irmã do cabeleireiro Ide Macário, 38 anos.

Segundo ela, a sensação tem sido de falta, mas a família tem seguido a vida levando o trabalho de Valdir adiante. “Nunca mais vamos tê-lo, mas ele deixou um legado de respeito, zelou pela família e pelo lado profissional. Estamos aqui (no salão) com o mesmo carinho com que ele levava o trabalho”, disse ela. Ide acrescenta que o incentivo dos clientes, que continuam a frequentar o salão, tem sido importante “porque fortalece e ajuda a continuar”.

Ela contou também que Reginaldo ainda não pediu proteção especial à justiça, mas a família já o orientou a solicitar, com medo de que ele seja alvo novamente. “Por enquanto, a nossa proteção é divina. Este é um ano de recomeço para nossa família”, comentou. Ide disse que Jucilene, a mulher de Chocolate, era cliente do salão há pelo menos seis anos e costumava ir com frequência ao local.

Presos

Os dois homens que estavam sendo procurados pela morte do cabeleireiro Valdir Macário, 45 anos, foram presos, na manhã de ontem, em Simões Filho, na Região Metropolitana de Salvador. Eles tiveram as fotos divulgadas anteontem.

Segundo a polícia, o traficante Edgar Silva Santos, o Chocolate, 37, e Patric Ribeiro Tupinambá, 23, confessaram o crime em depoimento. Os dois foram apresentados, ontem à tarde, na sede do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).

Chocolate, que é o mandante do homicídio, ocorrido em 12 de novembro de 2016, contou à polícia que matou Valdir por ciúmes da mulher, Jucilene Alves dos Santos. Ele descobriu pelo celular que estava sendo traído. O acusado disse ainda que Valdir foi morto porque estava acobertando o caso do irmão, Reginaldo Manoel da Silva, com Jucilene, facilitando encontros entre os dois. Ele informou ainda que pagou R$ 20 mil para que uma dupla matasse Reginaldo, que sobreviveu ao atentado um mês antes do assassinato do cabeleireiro.

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“O segundo crime (a morte de Valdir) foi praticado por comparsas de Chocolate, que teriam se solidarizado com o sofrimento dele por conta da traição”, informou o delegado José Bezerra, diretor do DHPP.

À polícia, o irmão de Valdir já tinha dito que não sabia que estava envolvido com a mulher de um traficante e que ela dizia que tinha um relacionamento, mas estava se separando. Para a polícia, Chocolate afirmou que seu único arrependimento foi não ter conseguido matar Reginaldo. Na coletiva de imprensa, no entanto, ele disse estar arrependido de tudo.

Ainda de acordo com o delegado, o mentor do crime disse que temeu uma represália por parte de Valdir por causa do ataque contra Reginaldo.

Patric, que aparece no vídeo divulgado pela polícia, foi um dos autores do ataque que culminou na morte de Valdir. Na delegacia, ele disse que Chocolate era para ele como um pai. Segundo a polícia, ele participou da segunda ação, mas não efetuou os disparos contra o cabeleireiro.

Simões Filho

Chocolate e Patric foram presos em imóveis diferentes em Simões Filho, com a ajuda do Disque-Denúncia. Ao perceber a aproximação da polícia, Chocolate tentou fugir, subindo no telhado da casa, mas acabou capturado. Foram apreendidas uma pistola calibre 40 com ele e outra com Patric, além de uma espingarda com Chocolate. De acordo com os presos, nenhuma dessas armas foi usada na morte de Valdir nem na tentativa de homicídio contra Reginaldo. Segundo eles, o armamento foi vendido para uma quadrilha de outro estado. “As armas ainda serão periciadas”, disse Bezerra.

Chocolate foi autuado em flagrante por porte ilegal de armas e falsidade ideológica - ele estava com uma identidade falsa ao ser preso. Ele também vai responder pela tentativa de homicídio contra Reginaldo e pela morte de Valdir. Chocolate ainda é suspeito de ser mandante da tentativa de homicídio de uma cabeleireira amiga de Jucilene, em dezembro do ano passado, em Pernambués. Já Patric foi autuado em flagrante por porte ilegal de arma e vai responder pelo homicídio de Valdir. Presente no DHPP, Maria Joana Santos, que se identificou como irmã de Chocolate, alegou que o irmão é trabalhador. “Ele estava revendendo coco na praia. Só porque ele tem passado, ficam condenando”, disse ela.

Antecedentes

Em 2008, Chocolate e a mulher Jucilene foram presos com um grupo por tráfico de drogas. No ano passado, ele foi condenado por esse crime a 19 anos e seis meses de prisão. Jucilene foi condenada a 11 anos e oito meses. Em 2015, o traficante foi preso novamente por tráfico de drogas, portando ainda seis quilos de pedras preciosas. Ele é apontado como líder do tráfico nos bairros de Mussurunga, Stella Maris e Ipitanga. Já Patric tinha passagem em 2015 por tentativa de roubo na Avenida Paralela.

Polícia procura outros três suspeitos
Outros três participantes do assassinato de Valdir Macário e da tentativa de homicídio de Reginaldo Manoel da Silva estão sendo procurados pela polícia. O trio, porém, não teve o nome divulgado. Presos ontem, Chocolate é apontado como mandante e Patric aparece no vídeo de invasão do salão de Valdir, na Avenida Vasco da Gama.

Segundo o delegado José Bezerra, na primeira ação, na qual Reginaldo foi atingido, foram dois envolvidos. “Já na morte de Valdir, foram três indivíduos. Um carro estacionou em frente ao salão de beleza. Patric, então, entra com um outro no estabelecimento, portando um fuzil do tipo 1556, usado em guerra. Esse segundo indivíduo é quem realiza os disparos contra Valdir”.

Após o crime, ambos fugiram com a ajuda do condutor do veículo. “Estamos à procura e vamos capturá-los”, afirmou o delegado. Faltam ser identificados o condutor, o executor e o terceiro envolvido que teria participado do atentado contra Reginaldo.

Também foi solicitada a prisão temporária de Jucilene, mulher de Chocolate. “Estamos à procura dela para que possamos esclarecer os fatos e apurar se houve envolvimento dela no crime”, disse o delegado. A polícia confirmou ainda que Chocolate tinha uma amante e que Jucilene o traiu com Reginaldo para se vingar do marido.

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