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Adonai Santos foi encontrado morto dentro de freezer desativado (Foto: Reprodução) |
A adolescente de 16 anos que confessou ter dopado e matado o menino Adonai Santos, 9, no município de Candeias, na Região Metropolitana de Salvador, pode ficar até três anos internada em um centro socioeducativo. A jovem foi apreendida na noite desta terça-feira (6), depois de ter sido apresentada na 20ª Delegacia (Candeias) pelo próprio pai. Na tentativa de sequestrar para conseguir R$ 600 da família do menino, a
adolescente acabou dopando e matando por estrangulamento o menino. Ela escondeu o corpo dentro de um freezer desativado dentro da casa onde mora com o pai e um irmão. No final da manhã desta quarta-feira (7), a suspeita foi encaminhada para o Ministério Público de Candeias, onde ficará internada provisoriamente por 45 dias. Na saída da delegacia, ela foi hostilizada e chamada de assassina pela população que cercou a unidade. Segundo o delegado Marcos Laranjeiras, titular da 20ª Delegacia, ela pode ficar internada até três anos, período máximo, por homicídio, ocultação de cadáver e induzir a polícia ao erro. Ela já tinha passagem pelo Conselho Tutelar por pequenos furtos e uso de drogas.
Corpo em freezerO corpo de Adonai permaneceu dentro do freezer até o final da noite de ontem, quando o Departamento de Polícia Técnica esteve na casa para fazer perícia e fazer a remoção. Ele já estava em estado de decomposição e foi percebido pelo pai da adolescente, o ajudante de pedreiro Fábio da Silva Pereira, 40 anos, devido ao forte mau cheiro que estava na casa. Fábio contou ao CORREIO que estava fora de casa trabalhando e que não percebeu que a filha tinha levado o menino para casa. Ele também não constatou que o mau cheiro vinha do freezer, onde estava o corpo. "Ontem cheguei em casa ela estava muito agitada, pois os vizinhos já estavam desconfiando que ela tinha pego o menino", explicou. A adolescente chamou o pai até o fundo da casa e começou a chorar dizendo que estava com Adonai. "Eu perguntei: 'por que você não devolve ele?' e ela me respondeu que ele já estava morto". Fábio procurou o corpo pela casa e, ao abrir o freezer, viu o corpo e ficou em estado de choque. A jovem tentou mentir para o pai usando o argumento de que a criança tinha sofrido uma convulsão e morrido, mas logo depois confessou todo o crime ao pai. Ainda preocupado, Fábio ligou para amigos da igreja para pedir ajuda e depois levou ela para a delegacia, onde comunicou que tinha encontrado o corpo e que a autoria do homicídio era a própria filha. A polícia negou que o menino tenha sido torturado ou abusado sexualmente antes de ter sido morto. Ele estava com a mesma roupa que usava na última vez que foi visto, uma bermuda branca com xadrez verde. De acordo com as investigações, a adolescente agiu sozinha. "Foi o desespero da abstinência para comprar droga, pois é viciada. A família do garoto é muito humilde, não tem posses", disse o delegado ao CORREIO. Na rua onde aconteceu o crime, vizinhos contestam a versão da polícia. Ele contam que a adolescente tinha dívida com droga e contou com a ajuda de uma outra pessoa. "Ela não agiu sozinha, a outra suspeita fugiu hoje de manhã", comentaram. No final da manhã de hoje, a jovem foi encaminhada para o Ministério Público de Candeias, onde ficará internada provisoriamente por 45 dias. As duas filhas da adolescente, de um e dois anos, moram com as avós em outras casas.
Incêndio Revoltados com o crime, um grupo de moradores ateou fogo na casa da adolescente na manhã desta quarta-feira (7). Segundo o sargento Moisés Praxedes, operador da 10ª Companhia Independente da Polícia Militar (Candeias), as chamas começaram por volta das 6h.
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Casa onde menino foi encontrado morto foi incendiada (Foto: Amanda Palma/CORREIO) |
Segundo ele, o fogo foi iniciado dentro da casa e não se alastrou a ponto de atingir a parte externa do imóvel ou outras casas. "Nós pedimos ajuda dos Bombeiros de Madre de Deus, mas eles estavam sem viatura. Então entramos em contato com a Centel para ver se os Bombeiros de Simões Filho apagavam o fogo", disse o sargento Praxedes.