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SALVADOR

Melhores b-boys da América Latina duelam no Forte de Santo Antônio

A partir das 18h, 16 dançarinos de break se enfrentam em duelos na final latina do Red Bull BC One

• 30/07/2011 às 9:40 • Atualizada em 27/08/2022 às 6:56 - há XX semanas

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Uma grande roda se forma hoje no Forte de Santo Antonio Além do Carmo. Mas, em vez de ser uma tradicional roda de capoeira, como costuma acontecer no reduto dessa arte, a roda será de breaking, dança de rua surgida nos anos 70, nos EUA, e que é um dos quatro elementos da cultura hip hop. Os outros são o DJ, o MC e o grafite. A partir das 18h, 16 b-boys (dançarinos de break) se enfrentam em duelos na final latina do Red Bull BC One, que reúne dançarinos de nove países e quatro estados brasileiros. O vencedor disputa a final mundial, dia 26 de novembro, em Moscou, Rússia.
O paranaense Dan é um dos 16 b-boys que disputam a final latina do campeonato de breaking Red Bull BC One
Criado em 2004, o Red Bull BC One é um dos mais importantes eventos de breaking do mundo. Até agora, o único brasileiro a vencê-lo é o paranaense Neguin, apelido de Fabiano Carvalho, 23 anos. Campeão da última batalha realizada em Tóquio - o que lhe garantiu classificação automática para a final deste ano em Moscou -, ele prestigia a etapa em Salvador. Também capoeirista, Neguin simboliza, junto com o próprio campeonato no Forte, o ápice da incorporação dessa arte ao breaking. Estilo nacional“Esse é o estilo do brasileiro, a mandinga de cada um de nós. Eu já fiz capoeira e fui passista de samba, e isso fica no meu corpo quando danço”, diz o b-boy paulista Alex Gomes, o Pelezinho, 29, que será um dos juízes da competição de hoje. Segundo ele, são tantas as semelhanças entre a capoeira e o breaking que parece que a dança/arte marcial baiana já estava misturada ao caldeirão do breaking desde o seu início, na década de 1970, em meio ao funk, danças caribenhas e à discoteca. “O breaking incorporou desde movimentos da ginástica olímpica a movimentos do kung fu. E como nos EUA sempre houve muitos latinos, acredito que a capoeira também pode ter servido de inspiração”, afirma Pelezinho. “Giro de cabeça é algo que a capoeira sempre teve e que o break passou a ter em quantidade”. Mas, como lembra o b-boy Kleson Moreira, 21, único baiano na disputa de hoje, os dançarinos brasileiros precisam usar a capoeira com inteligência: “Se você não desenvolve nenhum passo de fundamento do breaking e faz logo um mortal de capoeira, isso não é breaking. Você tem que saber mesclar bem”. Kleson venceu uma etapa do Red Bull em Brasília. Nascido em Iguaí, Sul da Bahia, ele se criou na capital do Brasil, onde pratica o breaking desde os 13 anos: “Por eu ter uma origem humilde, eu sofria bullying na escola, e quando descobri o breaking ele me fortaleceu”. O b-boy se diz animado por visitar Salvador pela primeira vez e por disputar um capeonato com campeões como o venezuelano Lil G e o paraense Kapu.“O break é tudo para mim e sei que estou preparado para disputar o mundial. Mas, estando em Salvador, quero mais é dançar e me divertir. Se você só pensa em ganhar você não vive”, argumenta. FundamentosNascido em Guarujá, São Paulo, mas criado em Pinhais, no Paraná, o b-boy Dan, apelido de Daniel Gonçalves, 27, faz coro ao discurso de Kleson. “Cara, não fico pensando em ganhar. Quero representar o Sul e mostrar o meu estilo. Eu, por exemplo, danço mais usando top rock e footwork, e não me importo muito em fazer power moves”, conta ele, que venceu uma eliminatória do Red Bull em Curitiba. Já para quem ficou boiando diante dos termos usados por Dan, vale explicar que eles se referem a fundamentos básicos da dança observados pelos juízes. O primeiro é o top rock, dança em pé na qual o b-boy apresenta o seu estilo. O segundo é o footwork, dança com as mãos apoiadas no chão, com o b-boy agachado. Ao longo dessas rotinas, o b-boy pode então fazer os power moves, que são movimentos de impacto baseados em acrobacias e saltos. A performance termina com um freeze, isto é, congelando um movimento. Explosão b-boyUm dos principais articuladores do breaking na Bahia, o b-boy Ananias, apelido de Luís Santana, 35, comemora a realização do primeiro evento do Red Bull BC One em Salvador e no Nordeste. “É uma conquista. Só falta acontecerem também eliminatórias regionais aqui ou em outra cidade nordestina, como rolam em Curitiba, São Paulo ou Brasília”. Acostumado a viajar pelo mundo através do breaking, Pelezinho destaca como o espetáculo que os soteropolitanos verão no Forte faz parte de um fenômeno mundial. “Para qualquer lugar que você vá você encontra b-boys: na Rússia, Coreia, Irã, Índia e até no Vietnã!”. A arte dos b-boys, segundo ele, volta a conquistar cada vez mais espaço na mídia, como aconteceu nos anos 80. Porém, no Brasil, o reconhecimento aos dançarinos ainda fica aquém do merecido. “Existe ainda muito preconceito contra os b-boys, sendo que muitos de nós representamos o Brasil para o mundo. É também vergonhoso que apenas uma empresa, a Red Bull, apoie o breaking de verdade no Brasil”, desabafa. Independentemente disso, a dança segue ganhando novos adeptos no país, ultrapassando inclusive barreiras sociais. “O breaking é uma manifestação cultural gigantesca, que não atinge mais apenas os jovens de periferia. Hoje tem pobre, rico e classe média dançando juntos. É pra todo mundo”, garante Dan.

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