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SALVADOR

Mortes em Pirajá estão relacionadas a briga entre dois traficante

Uma das vítimas deu um tapa no rosto de um rapaz, o seu algoz. Em seguida, em represália à primeira morte, grupo executou três de bando rival

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Redação iBahia

18/04/2017 às 17:38 • Atualizada em 31/08/2022 às 0:29 - há XX semanas
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A briga entre dois homens de frente de duas facções durante uma lavagem no Domingo de Páscoa, resultou nas quatro mortes no bairro de Pirajá algumas horas depois. No dia, após uma discussão, Gutemberg Graça dos Santos, 29 anos, deu um tapa no rosto de um rapaz, que por sua vez, retornou em grupo e o matou. Em represália à primeira morte, o bando rival executou outras três pessoas.

Os corpos de Willian da Paixão Carvalho, 22, e Igor do Rosário Ramacciotti, 20, foram liberados ontem à tarde do Instituto Médico Legal Nina Rodrigues. Já os corpos de Gutemberg e de Noé dos Santos Silva, 17, ainda permanecem no IML, segundo informações da assessoria de comunicação do Departamento de Polícia Técnica (DPT).

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Igor foi um dos quatro mortos na noite de domingo (Foto: Reprodução)

As informações em relação às quatro mortes foram passadas ao CORREIO por policiais que participam da investigação do caso. Segundo os agentes, Gutemberg era um dos homens de confiança do traficante João Teixeira Leal, o Jão, líder do Bonde do Maluco em Pirajá. Em setembro de 2014, Jão foi preso pela polícia em um sítio na cidade de Amélia Rodrigues, com R$ 20 mil em espécie e um tablete de maconha. À época, o traficante respondia a 13 processos por tráfico de drogas e homicídios e tinha um mandado de prisão em aberto.

Já o rapaz que matou Gutemberg, cujo nome está sob sigilo, tem a mesma função da vítima na facção Comando da Paz (CP), que domina o tráfico de drogas no Marechal Rondon, bairro vizinho de Pirajá e onde moravam as outras pessoas assassinadas posteriormente no Domingo de Páscoa. O nome do líder também é mantido em segredo.

Briga motivou mortes

De acordo com os policiais, o motivo da briga entre Gutemberg e o integrante do CP ainda não é incerto, mas sabe-se que, pouco depois do fim Lavagem da Baixa da Fonte, quando os dois minitrios já tinham deixados a Rua 24 de Agosto, Gutemberg estava no meio de uma multidão, no rescaldo da festa, num paredão, ocasião em que foi morto.

“Gutemberg deu um tapa no rosto do integrante do CP, que saiu da festa. Alguns minutos depois, ele voltou acompanhado e atirou em Gutemberg. A partir daí, vieram outras três mortes, realizadas pelo BDM”, disse um dos agentes que participa da investigação.

No entanto, por incrível que pareça, para os investigadores a briga entre os dois frente das facções CP e BDM foi uma surpresa. “Apesar de facções diferentes, estes dois rapazes respeitavam um ao outro. São concorrentes na venda de drogas, mas nenhum invadia o espaço do outro, tanto que nunca soubemos de uma rixa direta entre eles. Eles tinham uma espécie de acordo. Mas no domingo, essa trégua foi quebrada, mas ainda não temos o real motivo”, disse outro investigador.

As quatro pessoas foram assassinadas em um intervalo de duas horas. Gutemberg foi baleado por volta das 19h. Em seguida, pouco depois das 21h, no final de linha do bairro, foram baleados Igor e Noé. A quarta vítima, Willian, foi encontrada com marcas de tiro e de faca e amarrada com uma corda na Rua Oscar Seixas. A polícia não descarta que um dos três tenha participado da execução de Gutemberg. “Não descartamos nada, já que estas três execuções foram vingança à primeira morte”, disse um policial.

Os quatro baleados chegaram a ser socorridos ao Hospital do Subúrbio, mas não resistiram. O caso é investigado pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).

Investigação
Em conversa com o CORREIO a titular da 3ª Delegacia de Homicídios do DHPP, Pilly Dantas, contou que há indícios de que as mortes foram provocadas por disputas pelo tráfico de drogas, mas disse que ainda não tem certeza se os homicídios estão interligados.

"Estamos ouvindo testemunhas. Sabemos que a confusão começou com uma briga entre traficantes rivais durante uma festa no bairro, mas ainda não posso afirmar que as vítimas estão envolvidas com o tráfico. A versão apresentada (briga de Gutemberg) está sendo investigada", afirmou.

Segundo a delegada, Igor, Willian e Gutemberg não possuem passagens policiais. Noé era menor de idade e, por isso, não há registros sobre ele.

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