O estudante que acusa uma mulher de racismo e agressão em Salvador segue em busca de justiça para o caso, cinco dias após a situação ter acontecido. Em entrevista à TV Bahia nesta quarta-feira (12), Pedro Paulo Docílio Pereira, de 21 anos, desabafou e disse que espera que a suspeita seja responsabilizada pelos atos dela.
“Foi um ato racista que não pode passar impune. A gente só quer que ela pague judicialmente pelo que fez”, afirmou.
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O caso aconteceu na última sexta-feira (7), no bar Bombar, que fica no bairro do Rio Vermelho, considerado um dos mais boêmios da cidade. Câmeras de segurança do estabelecimento registraram a agressão. Nas imagens, dá para ver quando a vítima leva um tapa no rosto e questiona à suspeita. [Assista abaixo]
O vídeo não mostra com precisão, mas, de acorro com o estudante, o crime teria sido cometido por uma mulher branca que teria dito "a diferença entre eu e você é que você é preto e eu sou branca" antes de bater no jovem.
Tudo teria acontecido na fila do banheiro, depois que uma jovem se aproximou dele e dos amigos e ofereceu um copo de bebida. Ela teria dito que não queria mais beber e os amigos de Pedro acabaram pegando esse copo.
Em seguida, a suspeita, que é apontada como responsável pelo ataque, bateu na mão da pessoa e derrubou a bebida. A mulher ainda teria pegado o copo no chão e arremessado na parede.
"A mulher chegou para mim e disse: 'Você se acha porque você é negro, né? Você se acha porque você é negão'. Eu falei: 'Moça, eu não te conheço. Só peço que você me respeite'".
O estudante alega ainda que chegou a perguntar para as duas mulheres se ele havia desrespeitado elas em algum momento. A mulher que entregou o copo para os amigos teria negado que tinha se sentido assediada. Já a que o agrediu, deu risada, conforme relatou.
“Eu aprendi a respeitar as pessoas, não pela cor de pele ou orientação sexual, mas pelo que elas são. Eu só falei que em momento algum eu tinha a desrespeitado e queria saber o motivo por ela ter feito isso comigo”, contou.
“Não é intuito de soberba e nem quero passar um ar de prepotência, mas foi a forma que tive de mostrar que eu não sou essa pessoa que ela me pintou. Eu não merecia esse tapa, eu não fiz nada com ela”, completou.
O caso está sob investigação da Polícia Civil, por meio da 7ª Delegacia Territorial (DT/Rio Vermelho). Em nota, a Polícia Civil informou que uma equipe da Polícia Militar foi acionada pela gerente do bar, com a informação de que o jovem foi vítima de injúria racial por uma mulher. Afirmou ainda que o caso será investigado.
Já a assessoria do Bombar disse, em nota, que atos de injúria racial vão contra o trabalho desenvolvido no bar e que a empresa repudia a violência em qualquer nível.
Informou também que o estabelecimento forneceu todo o material necessário para a polícia e que o Bombar está à disposição da das autoridades legais para qualquer esclarecimento.
“A gerente entrou em contato comigo, me deram todo suporte, chamaram a polícia e mantiveram ela dentro do bar. Uma das gerentes me acompanhou até a delegacia”, disse o estudante.
Já a defesa da suspeita negou que a cliente tenha cometido o crime, e disse que está tomando providências provar a versão dos fatos. Também foi dito que a mulher irá se pronunciar publicamente em um momento "oportuno".
Redação iBahia
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