A agente de viagens Iracema Alves, 44 anos, e sua mãe, a aposentada Nilza dos Santos, 64, não quiseram esperar o dia 2 de fevereiro (hoje) chegar para levar suas oferendas para Iemanjá. Carregado de flores, alfazema, espelhos e até esmalte, o balaio bonito que Iracema confeccionou para ofertar à Rainha do Mar foi colocado nas águas do Rio Vermelho ontem mesmo, véspera da festa.
A antecipação nada tinha a ver com pressa. Mãe e filha preferiram levar as ofertas um dia antes para evitar a aglomeração de pessoas no local, hoje. “A contemplação é melhor hoje (ontem)”, afirmou Nilza. “É a primeira vez que venho na véspera e estou achando muito mais tranquilo”, completou Iracema.
Quem não fez como Iracema e Nilza e preferiu saudar Iemanjá no dia dela, já começaram as homenagens. A programação iniciou às 2h30 quando o presente de Oxum é levado do Terreiro Odé Mirin de Mãe Aice, no Engenho Velho da Federação, para o Dique do Tororó. Às 5h, uma alvorada marcou a chegada do presente principal à Casa de Iemanjá, onde ficará exposto durante todo o dia.
Uma procissão marítima, com mais de 300 embarcações, sai às 16h da Casa de Iemanjá levando o presente - uma escultura feita especialmente para ser ofertada à entidade - até o Buraquinho de Iaiá. No local, um ponto no meio do mar definido por coordenada geográfica, o presente será depositado.
Além de acompanhar os rituais religiosos, quem for ao Rio Vermelho poderá aproveitar diversos eventos, alguns deles pagos, relacionados à festa: são os casos da Feijoada Yemanjá é Black, no Largo de Santana, o Festival Oferendas, no Lalá Multiespaços, e a Feira da Cidade, na Rua Fonte do Boi.
Serão disponibilizados 225 sanitários químicos e 25 banheiros convencionais. Para garantir a segurança, 773 policiais militares vão atuar na festa. Um dia antes, ainda com os preparativos para a festa em andamento, a administradora Alessandra Melo, 36, apareceu com as duas filhas, de 3 e 6 anos, para reverenciar Iemanjá.
Por conta do calor e da quantidade de pessoas prevista para hoje, resolveu levar as crianças na véspera. “Amanhã ficaria complicado porque é muito cheio, não dá pra acessar a praia direito, então, vim logo”, explicou.
Na terra do sincretismo religioso, houve quem adiantasse as homenagens a Iemanjá para poder ir a um evento católico. “Vim hoje porque amanhã eu vou para uma procissão da igreja, lá na Pituba”, disse a aposentada Maria Bernadete de Jesus, 68. Odoiá!
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