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SALVADOR

Prefeito comemora, mas especialistas criticam uso de arma de fogo pela Guarda Municipal

O coronel Antônio Jorge Ferreira, ressalta que a Guarda Municipal pode assumir o mesmo papel da polícia

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15/03/2012 às 8:15 • Atualizada em 29/08/2022 às 1:43 - há XX semanas
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O uso de armas de fogo por guardas municipais, aprovado em um convênio assinado com a Superintendência Regional da Polícia Federal nesta quarta (14), gera controvérsias entre especialistas em segurança pública. O coronel Antônio Jorge Ferreira, professor e pesquisador do Programa de Gestão, Pesquisas e Estudo de Segurança Pública (Progesp) da Ufba, acredita que apesar da legalidade quanto ao armamento, o órgão municipal está queimando etapas. “Não discutimos a legalidade, mas a necessidade do uso de armas de fogo. Em discussões sobre o assunto com representantes da prefeitura, percebi que eles (os guardas municipais) não se sentem funcionários públicos sem uma arma na cintura”. Ele defende a ampliação do uso de armas não-letais. “Poderiam usar a Taser, o expandidor de gás, entre outros, mas existe uma cultura da arma de fogo. A orientação é para que não cometam esse erro ou, então, usem balas de borracha”, diz Ferreira. O coronel ressalta que a Guarda Municipal pode assumir o mesmo papel da polícia. “O condicionamento físico e a defesa pessoal foram deixados de lado. Agora, tudo é arma de fogo. Se usar da mesma forma que a polícia, será apenas polícia e não vai poder criar uma maior aproximação com a sociedade”. Prefeito comemora Para o prefeito, é um momento histórico. “Vamos dar mais condições e responsabilidades. A expectativa é muito grande sobre a Guarda Municipal de Salvador. Já fomos solicitados em momentos perigosos e os integrantes sentiam-se desaparelhados”. A data, porém, para que pelo menos parte do efetivo de 1.328 guardas municipais comece a andar armada não foi definida. “Pela nossa vontade, ainda este ano teremos a guarda armada, mas não tenho como definir prazos”, diz o superintedente da GMS, coronel Sérgio Raykil. O delegado Carlos Daniel Veras, superintendente em exercício da Polícia Federal, também é a favor: “Sou a favor do armamento. Sem a arma, o guarda soa como um guia turístico. Armar é dar bônus e ônus, mas é para isso que existe o treinamento contínuo”. A estrutura fornecida pela prefeitura para a atuação da Guarda compreende 22 carros, 11 motos e 50 rádios portáteis e três rádios em estações fixas. Entre os integrantes, 40 guardas atuam no Grupo de Atendimento ao Turista (GAT), principalmente na região do Centro Histórico. Atualmente, os guardas vão às ruas portando algemas e tonfas. Só em casos excepcionais, como o Carnaval, eles usam a Taser (arma não letal, que libera carga elétrica de 50 mil wolts). De acordo com o superintendente regional da PF em exercício, delegado Carlos Daniel Veras, que assinou o convênio com o prefeito, a partir da próxima semana outros acordos de cooperação serão firmados. “Conceder o porte de armas foi o primeiro passo. A partir de agora vamos tracejar os outros. Os guardas municipais terão curso com carga mínima de 80 horas e vão passar por testes de tiro ao alvo, psicológicos e provas teóricas”.

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