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Especialista responde sobre criatividade |
17 de novembro é o dia da Criatividade. Eventualmente preterida durante as atividades rotineiras, ela (ou ausência dela) é fundamental para determinar os rumos da vida pessoal e profissional. O CEO da Equilibra Digital, Pedro Cordier, que também é especialista em Comunicação, Criatividade e Conectividade e tem formação em Marketing e Pós-graduado em Jornalismo Digital, conversou com a equipe
iBahia e falou sobre as etapas do processo criativo, além de ter dado algumas dicas valiosas para estimular a criatividade em diferentes ocasiões da vida.
iBahia: O que é fundamental para desenvolver a criatividade?Pedro Cordier: O primeiro ponto é que as pessoas falam muito "eu não sou criativo" e ficam na dúvida. Na verdade, todos nós somos criativos. A diferença é que algumas pessoas afloram mais do que em outras. Desde a infância isso acontece. Nós somos moldados o tempo todo a ter uma resposta só. Todo o nosso sistema educacional é voltado a pensar dessa forma: "Qual é a resposta?", quando na verdade, o ideal seria "Quais as respostas?". Uma definição razoável de criatividade é dizer que é todo o processo mental da geração de novas ideias por um indivíduos por ou grupo.
iBahia: É possível dizer que o processo criativo é composto por fases? Quais são essas etapas?Pedro Cordier: Antes das etapas, é importante dizer que há o problema que você precisa resolver, a situação que você precisa elaborar uma solução. Podemos dizer que o processo criativo é composto por quatro fases: preparação, a incubação, a iluminação e a verificação. A preparação é quando a gente começa a entender o que vai ser criado... A partir daí, você vai ler, vai criar, catalogar e estudar sobre aquele assunto. Então, passamos para a incubação, que é o momento em que a parte racional sai um pouco de cena e vamos dar lugar ao inconsciente. Esse é o momento você vai emparelhar as coisas que você já catalogou com com as coisas que você leu ou viu sobre o assunto. É impossível ter a inspiração sem a parte inconsciente. Já a iluminação que é a terceira etapa é o momento em que tudo se encaixa, é quando as manifestações se completam. Na verdade, podemos considerar como o momento em que há o "insight", é o ápice do processo criativo. E, por fim, temos a verificação que é a hora de determinar as conclusões, anotar o que é válido. Você vai formatar a ideia e passar dar vida à ela.
Veja as oportunidades de empregos ofertadas em todo o BrasiliBahia: Existe alguma estratégia para tirar a mente do automatismo e começar a ter uma postura mais criativa e dinâmica diante da vida? Pedro Cordier: Nós temos alguns modelos mentais que são a forma como a gente enxerga as coisas, de acordo com as nossas perspectivas. Eu acredito que a a gente deve conhecer mais, duvidar muito mais das coisas, é preciso testar modelos, ser flexível. Senão, você vai ficar preso a vários bloqueios mentais, às tradições, às regras e às questões culturais. É o famoso " não se mexe em time que está ganhando". Tem que mexer, sim. No trabalho, o que pode emperrar a criatividade é aquele chefe que não te deixa fazer nada. Eu sempre digo que é importante estar em ambiente com pessoas criativas, é importante de estar cercado de pessoas assim porque você chega ao local de trabalho e diz: "Gente, eu tive uma ideia" e as pessoas te olham feio, com ar de recriminação. Há ainda os bloqueios emocionais que estão ligados às pessoas que têm medo de correr risco. É preciso entender que o risco é inerente à criatividade. Já o bloqueio de percepção faz com que você acredite em estereótipos, você não consegue pensar em outras funções para além das tradicionais. Por exemplo, tem gente que olha para uma cadeira e só enxerga nela o assento, quando ela pode ter outros usos, como o de ser usada para você ter altura, para carregar alguma coisa. Tudo isso, todas essas posturas influenciam na maneira que somos criativos.
iBahia: Em termos práticos, o que pode ser mudado para fugir dessa lógica?Pedro Cordier: Tenha sempre um caderno ou até smartphones, algo que em que você sempre possa anotar as suas ideias, ouvir músicas novas, ler livros novos. Eu, por exemplo, gosto de música clássica, mas preciso ouvir Pablo também. Isso faz com que meu cérebro esteja amplificado e tenha outras experiências. Tem gente, por exemplo, que tem medo de feedback, mas ele é importante para você seguir adiante. É preciso que as pessoas entendam a diferença entre persistência e insistência. Essa última tem a ver quando você segue fazendo coisas erradas e sabe que elas estão erradas. Outro ponto fundamental é terminar coisas. A gente vive começando ciclos e não termina eles. Quando você fecha ciclos, está abrindo espaço para experimentar outros, e agora, com a experiência do anterior. A sorte acompanha quem trabalha muito e quando você pratica muito, pode começar a ousar. É claro que vão ocorrer erros, mas você terá a experiência. Mas o mais importante é: não deixe de quebrar regras.