Em entrevista coletiva realizada nesta sexta-feira (21), o prefeito ACM Neto afirmou que a capital baiana não estava preparada para receber a Copa das Confederações. "Salvador não estava preparada. Salvador não se organizou como deveria, sobretudo no passado, para receber um evento desse porte", disse o gestor. Diante das queixas das manifestações em relação aos gastos excessivos com a Copa do Mundo, ACM Neto frisou que a atual gestão reduziu os investimentos previstos para o torneio e que só está sendo gasto o essencial. "A Prefeitura recebeu um cardápio de obrigações, cujos montantes comprometeriam o orçamento do município. Só o que se refere ao plano de mobilidade, nos teríamos que gastar mais de 170 milhões de reais. E por decisão minha [...] nós enxugamos tudo. Nós estamos gastando apenas o essencial", destacou o prefeito de Salvador. A decisão de reduzir o investimento foi motivada pela atual situação financeira do município. "Tiramos tudo, exatamente porque eu não vou comprometer uma cidade que passa por um momento difícil, uma cidade que tem problemas diversificados e que estão vinculados esses problemas à falta de dinheiro. Claro que nós vamos reverter essa situação, começamos a reverter esse quadro com a aprovação da reforma tributária e vamos ter outro orçamento para 2014, mas que não é o caso de 2013. Por isso eu determinei um enxugamento radical", explica. Tranquilidade após manifestações O prefeito também disse que Salvador amanheceu em clima de tranquilidade depois das manifestações desta quinta-feira (20). "Não houve nenhum prejuízo aos serviços públicos essenciais. A Prefeitura trabalhou ao longo da noite de ontem [quinta-feira] e toda madrugada de hoje [sexta-feira] para garantir a limpeza, na atenção aos postos de saúde - que foram bastante demandados e funcionaram muito bem -, na operação de trânsito - que também ocorreu como planejado. De modo que a primeira mensagem que trago aqui é de tranquilidade", ressaltou o prefeito.
ACM Neto também falou sobre a manifestação. "Acho que é uma prova muito clara de que a democracia no Brasil está saudável e pulsante. Entendo que todos os políticos devem estar atentos aos recados das ruas, devem, nesse momento, refletir muito sobre as mensagens trazidas por essas manifestações. Não há dúvida que a grande maioria das pessoas vai às ruas para cumprir com seu dever cívico e colocar suas posições. A nobreza e legitimidade desse processo não pode ser maculado por um grupo muito pequeno que não está na origem das manifestações, no coração e no centro daqueles que querem demandar coisas que são legítimas. Uma minoria deve ser tratada como exceção e não pode comprometer a maioria", disse. O prefeito torce para que as novas manifestações ocorram em clima de paz e sem violência. "O que a gente pede, na hipótese de haver outros movimentos, é que as pessoas cuidem da cidade. O espaço público pertence a todos, e não ao governo. E sei que grande maioria dos manifestantes têm essa compreensão e não concorda a nenhum tipo de dano aos espaços públicos em nossa cidade", afirmou. Reajuste de tarifa O gestor municipal também disse que está cada vez mais está convencido da decisão de não permitir aumento da passagem de ônibus este ano. A medida foi tomada logo depois do lançamento do programa "Domingo é meia" em março, muito antes do início das manifestações em todo o país. ACM Neto frisou que, no caso da capital baiana, que está há dois anos sem aumento de passagem, não há possibilidade de redução sem que haja uma grande mobilização nacional por uma redução maior de tributos e taxas que incidem sobre o setor do transporte público. O gestor também informou que a Prefeitura está estudando diversas mudanças para melhorar a qualidade do transporte público na cidade. "Isso vai começar a ser feito ainda esse ano com a nova concessão do serviço. Vamos apresentar uma série de exigências a quem vier a ser o futuro concessionário, como renovação de frota, diminuição tempo deslocamento, revisão das linhas, ampliação do número de ônibus . Nossa prioridade é o transporte coletivo", afirmou.
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