O desejo de justiça reuniu cerca de 40 pessoas em frente à 12ª Delegacia (Itapuã), no final da manhã desta quinta-feira (20). Amigos e familiares da estudante Andreza Victória Santana da Paixão, 15 anos, cobraram respostas para o crime. A suspeita é de que a adolescente tenha sido morta pelo ex-namorado, Adriel Montenegro dos Santos, 21, que não aceitava o fim do relacionamento. Avó da jovem, a dona de casa Josefa Santana, 50, disse que espera que a neta não seja mais uma mulher a morrer de forma violenta.
"A sensação de impunidade é grande, muito grande. Andreza não pode ser mais uma mulher. Ele seduziu minha neta, matou e lavou o local do crime. Isso vai ficar impune? Até quando pais, mães e avós vão precisar protestar em frente às delegacias e praças?", indagou. Conforme Josefa, a família recebeu informações de que Adriel se entregaria à polícia esta manhã. "Soubemos por uma fonte segura, mas a polícia negou, cadê a justiça nessas horas?", completou.
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Segundo a avó da estudante, o pai e a mãe de Victória estão hospitalizados. "A ficha ainda não caiu para a gente. A falta... A saudade é muito grande. Ela era tão doce, não merecia isso, jamais", salientou Josefa. Em entrevista ao CORREIO, o pai da adolescente, o comerciante Márcio da Paixão afirmou que não tinha conhecimento sobre o relacionamento entre a filha e o suspeito, que está foragido.
Amiga da vítima, a estudante Carolaine Barros, 16, disse que gostaria de encontrar com o suspeito de ter assassinado uma de suas melhores amigas. "Esses dias sem ela foram muito difíceis. E eu sei, a dor não vai passar nunca. Eu queria ficar cara a cara com ele e perguntar o porquê, só isso", disse, emocionada.
A família e os amigos de Andreza Victória disseram ao CORREIO que Adriel não foi mais visto no bairro. A avó defende a ideia de que ele está tendo a cobertura do pai. "Ele fez isso com minha neta por quê? O pai dele é policial, é nisso que ele confiava? Ele é um marginal, 21 anos e já assassino. Eles cometem crimes bobos, são soltos e cometem outros piores", pontuou.
O pai de Adriel foi ouvido pela polícia e negou que esteja acobertando o filho. Em depoimento, ele disse que não sabe onde o filho está e qual a arma que ele usou.
Em contato com o CORREIO, a assessoria da Secretaria da Segurança Pública (SSP) disse que não há novidades sobre o caso. Ainda conforme a SSP, a informação de que Adriel teria se entregado à polícia é um boato.
Crime
De acordo com as investigações da Polícia Civil, o crime aconteceu na noite desta segunda-feira (17), na Rua do Bispo, em Nova Brasília de Itapuã, e, desde então, Adriel não é visto no bairro. A polícia afirma que eles namoraram por dois anos, mas que Adriel não aceitava o fim do relacionamento. Andreza foi vista com vida pela última vez quando deixou o colégio para ir até a casa do ex-namorado, por volta das 17h30.
"Eu estava voltando da caminhada que faço diariamente na orla, quando vizinhos meus ligaram avisando. Foi um choque para mim", lembrou Márcio. O pai de Adriel, que é PM, foi quem socorreu Victória depois que ela foi baleada na varanda da casa. Segundo a Polícia Civil, Adriel foi preso em 2014 por porte ilegal de arma. A jovem foi enterrada, sob forte comoção, na tarde desta terça-feira (17), no Cemitério Bosque da Paz.
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Redação iBahia
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