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Soldados com Pietra e Bruno, cães podem farejar até armas químicas (Foto: Evandro Veiga) |
Desde abril responsável pelo Comando do 2º Distrito Naval, o vice-almirante Luiz Henrique Caroli é otimista quanto aos preparativos da defesa nacional e segurança da Copa na Bahia. “Em Salvador, todos os órgãos estão preparados. Faltam pequenas finalizações”, avaliou em entrevista ao CORREIO. Antes de chegar à Bahia, Caroli era sub-chefe de operações do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas, do Ministério da Defesa, e acompanhava o planejamento das operações nas 12 cidades-sede, e destaca: “O diferencial aqui é a integração com a SSP, que é muito bem equipada, o que facilita nosso trabalho. Salvador está bem adiantada”. Segundo Caroli, já está confirmada a vinda à Bahia do primeiro-ministro da Croácia (Zoran Milanovi) e da chanceler Angela Merkel (Alemanha). Além deles, o primeiro-ministro de Portugal e o presidente do Irã analisam assistir suas seleções na Bahia.
Chegada das Forças Armas Pietra e Bruno são dois experientes soldados da Marinha, que já tiveram suas habilidades testadas em grandes eventos, como a Jornada Mundial da Juventude e a Copa das Confederações, em 2013. Pastores belgas malinois, os cães desembarcaram, ontem, na Base Naval de Aratu, para uma nova missão: integrar a linha de frente da Divisão de Defesa Química, Biológica, Radiológica e Nuclear que irá inspecionar centros de treinamento, hotéis, aeroportos e o palco principal da competição na Bahia, a Arena Fonte Nova. A dupla canina chegou acompanhada de pouco mais de 20 dos cerca de
750 homens de Exército, Marinha e Aeronáutica que virão de outros estados para atuar em pontos estratégicos do estado - ao todo, são 2.300 homens na operação, contando com o efetivo das Forças Armadas na Bahia. Na bagagem do navio Almirante Saboia, 10 toneladas de equipamentos, entre eles, armamentos, explosivos e equipamentos de segurança, além de viaturas, jipes e motocicletas, que serão utilizados na operação integrada entre as forças militares e os órgãos subordinados à Secretaria da Segurança Pública (SSP-BA). Esse ano, serão 960 homens a menos do que na Copa das Confederações, quando as Forças Armadas disponibilizaram 3.260 agentes. “Nas Confederações eram seis sedes. Agora, são 12 e mais alguns centros de treinamentos, então, houve necessidade de distribuição. Mas, em Salvador, a redução não foi significativa”, diz o vice-almirante Luis Henrique Caroli, do 2º Distrito Naval, justificando a redução de 28% no contingente.
Ensaio Até 1º de junho, todos os agentes envolvidos na operação integrada já estarão na Bahia. Eles vão passar por treinamentos táticos que se encerram em 4 de junho, com a realização de um “Ensaio Geral”. Nele, todos os grupamentos participarão de uma simulação de atuação integrada com todas as instâncias envolvidas na segurança da Copa. Logo em seguida, as equipes das Forças Armadas iniciam a operação, podendo atuar em pontos estratégicos da cidade-sede e municípios como Porto Seguro, Santa Cruz de Cabrália, Mata de São João, locais de treinamento das seleções da Suíça, Alemanha e Croácia, respectivamente. O esquema também abrange Aracaju (SE), onde a seleção da Grécia ficará concentrada. De acordo com o comandante Flávio Almeida, o Comando do 2º Distrito Naval irá coordenar as ações de defesa. A atuação das Forças Armadas dará suporte às polícias Militar, Civil e Federal, além de órgãos de trânsito e defesa civil. “Inicialmente, o trabalho se restringe a locais como subestações de energia e torres de telecomunicações, que são essenciais para a realização do evento. Mas estaremos de sobreaviso para qualquer eventualidade”, aponta.
Prevenção A Divisão de Defesa Química, Biológica, Radiológica e Nuclear da Marinha, grupo do qual os cães farejadores fazem parte, vai compor a etapa de prevenção da operação, com vistorias em estádios, centros de treinamento, comboios das delegações e aeroportos. “Nos dias que antecedem o início da Copa, vamos fazer varreduras em pontos estratégicos, para prevenir as delegações e autoridades de qualquer ameaça”. A Força Naval será responsável pela orla de Salvador e a Baía de Todos os Santos, com um efetivo de 650 marinheiros, monitorando ameaças vindas do mar e de rios. O Exército vai atuar com 1.500 agentes na proteção de estruturas estratégicas, como subestações de energia e abastecimento de água, torres de telecomunicações e outros locais que estejam ligados diretamente ao evento. Parte deles estará em prontidão para atender situações de emergência e solucionar momentos de crise e podem ser acionados pelo governo do estado ou pela presidente da República a qualquer momento. A Aeronáutica controlará o espaço aéreo que passa a ter três zonas de exclusão em diferentes distâncias dos locais onde são realizados os jogos. Elas serão ativadas uma hora antes dos jogos e desativadas em até quatro horas após o fim das partidas na Fonte Nova. Matéria original do Correio
Segurança em Salvador está adiantada, diz vice-almirante