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SALVADOR

Seleção do acarajé: conheça o time de baianas das Confederações

Seis baianas de acarajé foram convocadas para vender o famoso bolinho em um espaço na Arena Fonte Nova

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14/06/2013 às 19:34 • Atualizada em 31/08/2022 às 5:24 - há XX semanas
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Mesmo sem ter havido proibição formal, há quem diga que elas tiveram de fritar a Fifa no tacho de azeite fervendo para carimbar a vaga na Copa do Mundo. Depois de uma campanha recheada de protestos, que ganhou repercussão nacional, Norma, Meirejane, Solange, Tânia, Elaine e Rita driblaram as polêmicas e fizeram um golaço. As seis baianas de acarajé convocadas para vender o famoso bolinho em um espaço na Arena Fonte Nova durante a Copa das Confederações, certamente levarão mais sabor ao evento-teste da Copa 2014. Todas prometem apresentar um acarajé padrão Fifa. Mas, entre as seis, a baiana de mais intimidade com o futebol é, sem dúvida, Norma Dias Ferreira, 76 anos. Dona Norma montava o tabuleiro na antiga Fonte Nova desde a década de 1950. Aliás, ter vendido na velha Fonte foi o primeiro critério de convocação das baianas. Antes da demolição, eram dez no total, mas somente três apareceram após a reconstrução. Com um acarajé crocante e suavemente apimentado, vendido atualmente no Terreiro de Jesus, Norma não perdia nenhum jogo. “Sou a chamada ‘baiana de estádio’”, autodenomina-se. Certa vez, em um dia de clássico, recusou-se a ficar em casa quando estava no oitavo mês de gravidez. “Era Ba x Vi e se eu faltasse era prejuízo”.
Naquele dia, encheu o tabuleiro sentindo dores. Resultado: “Tive neném dentro do banheiro da Fonte Nova. Os policiais fizeram o parto”, conta ela, que, além daquele filho, criou outros 11 com o dinheiro do acarajé. Entre eles, Meirejane dos Santos, 52, que não nasceu na Fonte, mas segue os passos da mãe e também vai vender na Arena. “Não tinha lógica tirar o acarajé da Copa”, diz. Solange dos Santos Silva, 56 anos, não é tão antiga quanto Norma na Fonte Nova. Mas viveu boa parte de sua história dentro do estádio. Ali conheceu seu marido, um cliente torcedor do Vitória. “Todo jogo ele procurava uma gracinha. Até que nos apaixonamos e nos casamos”, lembra. Com a demolição, Solange teve de abandonar a Fonte após 35 anos. Hoje vende apenas no Barradão. “Tô com uma saudade enorme da Fonte Nova”, diz, empolgada.
Eliminatórias - O segundo critério para a convocação das baianas foi a luta para vender durante a Copa. Antes de serem aceitas na área interna da Arena Fonte Nova, as baianas protestaram por quase um ano. As eliminatórias do dendê começaram quando, no começo de outubro, a Fifa informou que a comercialização de alimentos nos estádios e arredores seria feita apenas pela empresa que vencesse sua concorrência. É aí que entram as outras três baianas. Gente como Elaine Cruz, 31 anos, encampou a batalha pela presença do bolinho no megaevento. Filha da famosa Dinha do Acarajé, Elaine queria mostrar para o mundo o seu produto, de camarões graúdos e vatapá delicioso. Foi uma das que, no dia da inauguração da Arena, em abril, entregaram uma lista com mais de 15 mil assinaturas à presidente Dilma e distribuíram acarajé de graça. “Se minha mãe estivesse viva faria o mesmo”, afirma Elaine, que ajuda a manter uma tradição familiar iniciada pela bisavó. Tânia Bárbara Nery, 47, também não tem muita familiaridade com estádio. “Botava tabuleiro apenas nos principais jogos. E fora da Fonte Nova”, explica. Mas, da mesma forma, batalhou para que um dos símbolos da Bahia fosse titular entre os produtos vendidos. Há 23 anos, comercializa o produto no Farol da Barra. Com um acarajé leve e de casca fininha, vai ter gringo sem se contentar com um só. “Aposto que eles vão adorar”. Mas, se as baianas formassem um time de futebol, a braçadeira de capitão seria de Rita Santos, 56, presidente da Associação das Baianas de Acarajé e Mingau (Abam). Além de comandar a luta pela participação na Copa, fez com que as colegas passassem por cursos de reciclagem e línguas. “Nossa seleção tá pronta para brilhar”, aposta. Bolinhos serão fritos na hora e projeto garante visual padrão As baianas da Copa das Confederações vão entrar em campo com o uniforme tradicional - torso, saia rodada, anáguas e fios de contas. Mas, um projeto exclusivo foi desenvolvido para garantir o bom visual também dos tabuleiros e a própria segurança na hora de fritar os bolinhos. As baianas ficarão instaladas em um mesmo espaço, entre a entrada do estádio e as catracas, onde a Fifa vende souvenires temáticos. Todas poderão comercializar acarajé, abará, bolinho de estudante e passarinha. Cada uma delas terá cinco auxiliares. Os próprios tabuleiros serão padronizados. “Visualmente elas estarão iguais. A diferença vai estar dentro das panelas”, brinca a presidente da Abam, Rita Santos. O mais importante de tudo é que o acarajé será frito na hora, numa distância segura do público. “Logo um pouco atrás, numa área isolada, haverá um espaço para fritura, feita no tacho com azeite, mas sem gás de cozinha porque será forno elétrico”, afirmou Isaac Edington, titular do Escritório da Copa em Salvador.Matéria original: Jornal Correio* Seleção do acarajé: conheça o time de baianas que vai fazer o torcedor lamber os dedos

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