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SALVADOR

Sem ingressos, vizinhos da Arena curtem e até lucram com a Copa

Teve gente que cedeu espaço, TV e até petiscos para deixar a festa de quem estava fora

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25/06/2014 às 8:20 • Atualizada em 02/09/2022 às 4:06 - há XX semanas
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Quando o atacante Thomas Müller abriu o placar para a Alemanha, em cima de Portugal, na última segunda-feira, o empresário Sérgio Moreira, com as bochechas pintadas nas cores da Alemanha, não estava olhando para o campo, mas o grito ensurdecedor da torcida - apesar de abafado - deu a ele a certeza do primeiro tento germânico em território soteropolitano.

Dono de bar que fica a 200 metros da Fonte Nova, Sérgio não conseguiu ingressos, mas novos clientes, sim (Foto: Marina Silva)

Sorrindo e comemorando o gol da seleção que resolveu apoiar, Sérgio olhou rapidamente a TV na parede do bar do qual é proprietário, na ladeira da Cova da Onça, e depois se dirigiu à porta do estabelecimento mirando o estádio localizado a apenas 200 metros de distância, de onde vinha o barulho de comemoração. Parecia enxergar toda a festa que acontecia dentro da Arena Fonte Nova. “Eu queria estar lá, hoje, mas a Copa é para poucos. O ingresso é caro e, nesse tipo de ocasião, prefiro aproveitar o movimento aqui no entorno do estádio para ganhar um dinheirinho com o bar, ao invés de gastar”, comenta.
Festa improvisadaCompartilhando uma sensação de “tão perto e tão longe”, centenas de apaixonados por futebol que residem no entorno do principal palco da Copa do Mundo em Salvador ficaram de fora da arena, mas nem por isso deixaram de curtir os jogos. TVs de todos os tamanhos, rádios e aparelhos celulares estão entre as ferramentas mais utilizadas pelos torcedores que não conseguiram garantir um assento na Fonte Nova. Teve gente que cedeu espaço, TV e até petiscos para deixar a festa de quem estava fora tão divertida quanto a de quem entrou para ver a bola rolar.

Ao lado do estádio, Silvano acompanhou jogo ouvindo pelo rádio (Foto: AFP)

Foi o caso do estofador Brivaldir Nunes, proprietário de um comercial de peças e serviço de capotaria, na ladeira Fonte das Pedras. Ele deixou o expediente de lado e encheu o passeio e parte da pista com bancos e cadeiras. No início do jogo, o local já estava cheio de pessoas, entre familiares, amigos e completos estranhos. “Além do comércio, sou morador daqui. Os ingressos estavam caros demais, montei minha festa aqui mesmo. Todo mundo se diverte da mesma forma e fica até mais à vontade”, explica Brivaldir, enquanto serve um pouco de licor de chocolate para alguns turistas que também não conseguiram ingressos para a partida, na qual a Alemanha venceu Portugal por 4x0, pelo Grupo G da competição.

Brivaldir (camisa do Brasil) oferece licor para turistas e novos clientes que não conseguiram ingressos
(Foto: Marina Silva)

Radinho Ao pé da ladeira Fonte das Pedras, diversos estabelecimentos ligaram suas TVs próximas às portas, onde grandes grupos de pessoas se amontoaram para acompanhar cada lance.
Mas, nem todo mundo quis se acotovelar para enxergar o que se passava nas telinhas e telões. Com um copo de cerveja na mão, um celular improvisado como rádio e de olho na Arena, o autônomo Silvano Oliveira se deu por satisfeito com a narrativa dinâmica de uma emissora de rádio local. “Não ligo de acompanhar o jogo aqui de fora. O importante é não perder”, afirma Silvano, que completa, assumindo o lado torcedor: “Se fosse um jogo do Brasil, eu até me esforçava mais, mas como não é, acho que estou me divertindo no mesmo jeito que os outros”.
O próximo jogo na Fonte Nova acontece hoje, às 13h, quando o Irã enfrenta a Bósnia e Herzegovina ainda sonhando com uma vaga nas oitavas de final. A Bósnia já está fora. Matéria original do Correio Sem ingressos, vizinhos da Arena dão jeito de curtir e até lucrar na Copa

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