O turista internacional que vem a Salvador ver os jogos da Copa do Mundo não vem apenas pelos jogos. Ele também vem para visitar o Pelourinho, dar um mergulho no Porto da Barra, comer um acarajé na Cira e, por que não, dar um passeio pelo Litoral Norte e outras cidades próximas à capital. O resultado é que a média de permanência do turista na cidade será de uma a três semanas, segundo um estudo da empresa espanhola Foward Data, em parceria com a Pires Associados do Brasil. A pesquisa Como a Copa do Mundo 2014 Vai Movimentar o Turismo Brasileiro revela a expectativa do setor para o Mundial deste ano. E a média de permanência é uma boa notícia. “O cara faz um investimento grande para vir, atravessa um continente para ficar três ou quatro dias? Esses são a minoria. A maioria fica mais tempo. Para nós é espetacular, saber que essas pessoas vão ficar mais tempo que o turismo convencional”, disse o secretário municipal da Copa, Isaac Edington. “É característico de Copa do Mundo o torcedor querer ver dois ou três jogos. E a gente espera posicionar a cidade além do jogo da Copa”, completa o secretário municipal de turismo, Guilherme Bellintani.
Ele também comemora outros pontos divulgados pela pesquisa: Salvador é a terceira capital que receberá mais turistas durante o torneio, perdendo apenas para o Rio de Janeiro e São Paulo. “Com Rio e São Paulo é muito difícil concorrer, porque eles são a porta de entrada dos voos, têm um posicionamento global melhor. Então, nossa estratégia é ser o terceiro mesmo”. Para ele, três fatores contribuíram para o resultado: a tabela de jogos favorável, a localização geográfica de Salvador (relativamente próximo a Rio e São Paulo e a 7 horas de Lisboa) e o momento de reorganização da cidade. Estado O secretário estadual de Turismo, Pedro Galvão, diz que vai trabalhar para aproveitar bem essa longa estada dos turistas durante a Copa. “Entre um jogo e outro, tem espaço para ele pegar um voo regional e ir comer um bode em Juazeiro e tomar um bom vinho na Região do Rio São Francisco”, destaca. “Nós temos o que mostrar e o que vender, temos que nos preparar”, fala. “É preciso ter cardápio cultural para esse turista. Temos muita coisa fácil de se fazer. A Secretaria de Turismo e a Bahiatursa já apoiam quase 100 cidades para a realização do São João. O que a gente quer é somar o recurso orçamentário da Secopa para que os jogos do Brasil sejam transmitidos nessas cidades”, disse o secretário estadual da Copa, Ney Campello. Dados da Secopa dão conta que, durante a Copa das Confederações, a média de gasto do turista na Bahia foi de R$ 2,5 mil. O valor já é 180% maior que o registrado no mesmo período do ano anterior, mas a expectativa da secretaria para a Copa é ainda maior: R$ 6 mil por pessoa. Pedro Galvão destaca a formação de 180 monitores e guias e a promoção do destino no exterior, através de feiras e inserções na mídia internacional. A previsão é que, durante o período da Copa, haja um crescimento de 457% nas reservas internacionais em Salvador. Serão 670 mil turistas na cidade, dos quais 70 mil estrangeiros. A maior parte dos viajantes de fora virá dos Estados Unidos (19%), da Alemanha (15%) e da Suíça (11%). Alemanha e Suíça têm jogos agendados por aqui, o que explicaria o grande número de turistas. Os Estados Unidos, porém, não vão jogar em Salvador. Para o gestor estadual de Turismo, um dos motivos para a preferência dos americanos são os voos diretos entre Salvador e Miami, que facilitam o acesso deles ao Brasil e à Copa. Hotelaria O setor hoteleiro tem expectativas diferentes para cada uma dessas três semanas de Copa em Salvador. “Na primeira semana, de 13 a 20 de junho, esperamos uma ocupação boa, entre 90% e 95%. São três jogos importantes (Espanha x Países Baixos; Alemanha x Portugal e Suíça x França), muitos turistas vão ficar em resort e serão atraídos também para o entorno de Salvador, como o Litoral Norte, Morro de São Paulo e até para Porto Seguro e Cabrália, porque as seleções da Alemanha e Suíça irão se hospedar lá”, estima o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis da Bahia (Abih-BA), José Manoel Garrido. Segundo ele, na semana seguinte, entre 21 e 28 de junho, a ocupação deve ser mais fraca, de 60% a 70%. “Nesse período, só vamos ter um jogo, e é entre seleções menos atrativas (Bósnia e Irã)”. Em compensação, entre os dias 30 de junho e 6 de julho, intervalo em que acontecem os jogos das oitavas e quartas de final, o fluxo deve voltar a subir. A estimativa de Garrido é de 80% a 90%. “Nesse período, teremos pacotes especiais”, anuncia. Colaborou Naiana Ribeiro.
Número de turistas no Brasil vai crescer cinco vezes Não é só Salvador que tem boas projeções para a Copa do Mundo, segundo a pesquisa do Foward Data. A tendência se repete nas dez capitais que abrigarão os jogos do torneio. Em todo o Brasil, o número de turistas que fizeram reservas durante o mundial será cinco vezes maior do que no mesmo período do ano passado. Entre os países campeões estão os Estados Unidos, a Alemanha e a Inglaterra. Os países cujos times participam da Copa são os principais emissores de turistas para o Brasil, o que indica uma tendência de os turistas seguirem suas seleções. Os números também indicam que a cerimônia de abertura (12 de junho) será o ponto forte. No período, o número total de reservas aéreas em todo o país aumentou nada menos que 21 vezes. As reservas domésticas também cresceram, só que em menor escala: três vezes mais, em relação ao mesmo período do ano passado. Constata-se ainda que a tendência é de mais chegadas e maior permanência nos períodos iniciais do mundial. Após o jogo final, há um declínio. Outro dado interessante é que os visitantes dos países mais próximos tendem a ficar menos tempo do que os de países mais distantes. No período, 14 mil empregos serão gerados para serviços de alimentação nos estádios, mais de mil para ações de merchandising nos locais de jogos e 17 mil para os serviços de hospitalidade. Algumas capitais Rio de Janeiro crescimento de 590%; média de permanência entre 9 e 21 dias São Paulo crescimento de 493%; média de permanência entre 14 e 21 dias Fortaleza crescimento de 484%; média de permanência entre 9 e 21 dias Recife crescimento de 518%; média de permanência de mais de 9 dias Brasília crescimento de 435%; média de permanência entre 9 e 22 dias Belo Horizonte crescimento de 338%; média de permanência de mais de 22 dias Matéria original do Correio Turista que vem para a Copa vai ficar três semanas na capital baiana
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