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SALVADOR

Vizinha ouviu empresário morto por ladrões implorar:"não me mate"

Documentos de empresário foram encontrados em matagal de Pirajá

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11/05/2013 às 8:36 • Atualizada em 29/08/2022 às 17:05 - há XX semanas
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Proprietário da loja de móveis Futura Móveis, no Rio Vermelho, o empresário Alfredo Marinho Falcão Neto, de 60 anos, foi morto durante um assalto, quando chegava em casa, no Morro Ipiranga, na Barra, na noite de quinta-feira. Eram 19h quando Alfredo estacionou sua Strada (placa OKM-4989) em frente ao edifício El Shadday, na Rua Silvino Marques, onde morava num apartamento no segundo andar. O prédio, que não tem garagem, dá de fundos para a localidade da Roça da Sabina, um dos locais mais críticos da Barra, segundo a polícia. A rua estava silenciosa e uma moradora de uma casa fumava na janela. Ela percebeu que dois homens que andavam do outro lado da rua bruscamente desviaram em direção a Alfredo, que ainda estava dentro do veículo. “Quando um deles tirou a arma, corri para dentro de minha casa”, conta a mulher. Uma vizinha, também moradora da rua, disse que tinha ido jogar o lixo fora quando viu e ouviu um dos bandidos dizer: “Passa a chave do carro, passa a chave!”. Segundo ela, Alfredo inicialmente recuou, mas depois retornou diante das ameaças de morte. “Ele dizia: ‘Não me mate, não me mate’ e eles (bandidos) deram murro nele”, contou a mulher. A testemunha disse ainda que houve uma discussão entre a vítima e os bandidos. “Por causa da distância, não deu pra saber se ele (Alfredo) reagiu, mas acredito que ele demorou de entregar a chave do carro, porque teve discussão entre eles”, declarou a mulher. Após a discussão, o bandido que estava armado disparou. Baleado, o empresário caiu encostado no portão de entrada do prédio. Um dos vizinhos de Alfredo assistia televisão quando ouviu o tiro. Ao chegar na janela, viu o empresário caído e os bandidos saindo em disparada na Strada, no sentido do Morro do Gato. “Corri para ajudá-lo. Ele ainda respirava. Disse que tinha sido baleado em um assalto. Coloquei ele no carro, mas, a 50 metros do local do crime, ele respirava com dificuldade e não falava”, contou. Ele chegou a ser atendido no Hospital Geral do Estado (HGE). Segundo a Secretaria da Saúde do Estado (Sesab), a bala perfurou o lado esquerdo da axila e atingiu o peito de Alfredo. Ele não resistiu aos ferimentos e morreu por volta das 23h30. LutoNatural de Itabuna, a 426 quilômetros de Salvador, Alfredo morava em Salvador havia dez anos. Atualmente, vivia sozinho e era dono da Futura Móveis, na Rua Osvaldo Cruz, no Rio Vermelho, e de outra loja em Itabuna. A loja do Rio Vermelho amanheceu fechada com um cartaz de luto na porta. “Não abriremos nos próximos dias por motivo de força maior”, dizia a mensagem. A ex-mulher e os dois filhos, que moram em Itabuna, chegaram ontem em Salvador para tratar do processo de liberação do corpo no Instituto Médico-Legal Nina Rodrigues (IMLNR). O corpo será enterrado em Itabuna. PirajáA investigação foi inicialmente realizada por policiais da 14ª Delegacia (Barra), unidade circunscricional da região. Mas, ontem pela manhã, o caso foi encaminhado à Delegacia de Repressão a Furtos e Roubos de Veículos (DRFRV), pelo fato de o crime estar relacionado com o roubo de um veículo. “Estamos colhendo evidências, ouvindo pessoas, vamos solicitar imagens, se tiver. Estamos trabalhando”, declarou o delegado Marcos César, titular da unidade. Um policial civil do Serviço de Investigação da DRFRV disse que um dos filhos do empresário entregou uma pasta da vítima encontrada em Pirajá. “Eram dados funcionais dos empregados da loja. Os documentos foram localizados num matagal por trabalhadores de um canteiro de obras. Entre os documentos, havia o telefone da família da vítima”, disse o investigador. PoliciamentoO assalto — desta vez seguido de morte — se soma às ocorrências de violência no bairro. Na semana passada, o CORREIO mostrou que a onda de violência vem assustando moradores e proprietários de estabelecimentos comerciais. A doceria Viva Gula, no Jardim Brasil, fechou as portas depois de sofrer dois assaltos em três semanas. Uma delicatessen na Barra registrou só este ano cinco ocorrências de assaltos. Pelo menos uma farmácia foi assaltada em março na Graça. Na segunda-feira desta semana, outra pizzaria, a Artigiano, na rua Marques de Leão, foi assaltada. Ontem, o major Sandes Júnior, comandante da 11ª CIPM, afirmou que a área é a mais segura da cidade. “Infelizmente, houve a reação do senhor (Alfredo), mas isso poderia ter acontecido em qualquer lugar da cidade”, analisou, destacando que em 2012 houve redução de homicídios. “Este não é o primeiro homicídio na área, já aconteceram outros este ano. Nós temos todas as modalidades de policiamento: o modular, o rádio-patrulhamento de duas e quatro rodas, o policiamento a pé e a base móvel”. Horas antes de Alfredo ser assassinado, na quinta-feira pela manhã, a PM fez uma ‘operação’ de duas horas no bairro, com oito policiais, em que apreenderam um adolescente suspeito de tráfico e o agrediram (veja ao lado). Além disso, um homem foi detido e, logo depois, liberado. Também na quinta-feira, dados divulgados pela Secretaria da Segurança Pública, numa reunião do Programa Pacto Pela Vida, mostraram que em todo o mês de abril a Área Integrada de Segurança Pública (Aisp) da Barra, que inclui também Graça e Vitória, não registrou nenhum homicídio ou latrocínio (roubo seguido de morte). No acumulado do ano, com o de Alfredo, já são cinco. MedoOntem pela manhã, o clima ainda era de medo na Silvino Marques. “A sensação é de total insegurança. Seu Alfredo era uma pessoa tranquila, não mexia com ninguém”, disse a dona de casa Mariélia Silva de Oliveira, 37 anos. Outro morador, Renato Braga, 57 anos, disse que a rua é muito deserta e que por isso inspira cuidado. “Depois que minha filha foi assaltada na porta de casa, indo para a faculdade numa tarde, todos os dias a acompanho até o ponto. E quando chega também”, contou. Um dos policiais militares que estiveram no local disse que o assalto foi uma ação planejada. “Pelas circunstâncias, os ladrões já esperavam pela vítima, que tinha o hábito de chegar em casa no mesmo horário”, disse o PM. Matéria original: Correio 24h Vizinha ouviu empresário morto por ladrões implorar: "não me mate, não me mate"

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