Investigado em procedimentos que tratam de crimes de corrupção, lavagem de dinheiro, cartel e fraude em licitação pela Procuradoria Geral da República (PGR) o senador afastado Aécio Neves (PMDB-MG) tem em sua equipe de advogados um nome famoso em Brasília. É Pedro Júnior Rosalino Braule Pinto, o Pedrinho. Roubado de uma maternidade em Brasília no dia em que nasceu, a vida do rapaz inspirou novela e virou até livro. A informação foi publicada nesta terça-feira, no O GLOBO, na coluna "Poder em Jogo", da jornalista Lydia Medeiros.
A história de Pedrinho começou em janeiro de 1986, na maternidade Santa Lucia, em Brasília. Na ocasião, ainda recém-nascido, foi levado da mãe e passou 16 anos desaparecido, até ser localizado em Goiânia vivendo como filho de Vilma Martins Costa, com o nome Osvaldo Martins Borges. Em 2002, o episódio ficou conhecido como “caso Pedrinho”, em referência ao nome que os pais verdadeiros escolheram. Formado em Direito, Pedro, hoje com 30 anos, mora em Brasília, está casado e tem um filho de 4 anos. Os pais biológicos, Maria Auxiliadora e Jayro, estão aposentados e recebem filho, nora e neto em praticamente todos os finais de semana.
Pedro mantém contato com a família adotiva e os amigos que deixou em Goiânia. Além de ver Vilma, ele visita a irmã de criação, Roberta Jamilly Martins Borges, também levada pela mãe de uma maternidade.
Condenada a 19 anos e nove meses, em 2003, Vilma teve redução de pena de quatro anos graças a recursos. Após cumprir cinco anos, em regime fechado, semiaberto e aberto, recebeu em 2008 a liberdade condicional. A pena acaba em 16 de fevereiro de 2019.
História virou novela
Na época, caso Pedrinho ganhou tanta repercussão que se tornou uma das inspirações do autor Aguinaldo Silva, para escrever a novela "Senhora do Destino" - exibida entre junho de 2004 e março de 2005 pela TV Globo. Na trama, assim como Vilma, a vilã Nazaré Tedesco, interpretada por Renata Sorrah, rouba a bebê Lindalva de Maria do Carmo (Susana Vieira), que durante quase toda história, luta para encontrar a filha.
O autor Aguinaldo Silva diz que não teve qualquer contato com o menino Pedrinho para escrever o folhetim. Ele conta que todos os elementos da história real foram pinçados do noticiário:
— O caso dele já era público e notório. Li tudo o que saiu nos jornais, mas criei minha própria história, que era da Maria do Carmo.
O novelista, que ficou surpreso com o destino de Pedrinho, acredita que ele tem um "senhor desafio" profissional.
— Pelo visto, se tornou um grande advogado, porque tem um belo caso nas mãos. Fico feliz por ele ter superado os agravos passados e ido tão longe — destaca Aguinaldo.
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Redação iBahia
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