Em entrevista ao GloboNews, o ex-ministro da saúde Henrique Mandetta afirmou que o presidente Jair Bolsonaro queria alterar a bula do medicamento cloroquina, onde queria incluir uma recomendação para o tratamento do novo coronavírus.
Durante a entrevista, o ex-ministro voltou a criticar o uso o medicamento e afirmou que a droga é "distante do razoável".
"O presidente se assessorava ou se cercava de outros profissionais médicos. Eu me lembro de quando, no final de um dia de reunião de conselho ministerial, me pediram para entrar numa sala e estavam lá um médico anestesista e uma médica imunologista, que estavam com a redação de um provável ou futuro, ou alguma coisa do gênero, um decreto presidencial... E a ideia que eles tinham era de alterar a bula do medicamento na Anvisa, colocando na bula indicação para covid-19", disse Mandetta ao canal televisivo.
No encontro, onde foi falado sobre a possível alteração da bula, estavam presentes outros ministros, integrantes da AGU e o presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres.
"O próprio presidente da Anvisa se assustou com aquele caminho, disse que não poderia concordar. Eu simplesmente disse que aquilo não era uma coisa séria e que eu não iria continuar naquilo dali, que o palco daquela discussão tem que ser no Conselho Federal de Medicina. Então, é lá que esse debate tem que se dar. Não adianta fazer um debate de uma pessoa que seja especialista na área que for, com um presidente da República que não é médico. A disparidade de armas, já que a frase está tão em voga, é muito difícil", contou Mandetta, onde defendeu que essas decisões precisam vir de conselhos médicos que comprovem a eficiência da substância.
Mesmo sendo liberada até para protocolos de casos leves da covid-19, a eficiência da cloroquina no combate desta doença ainda
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Redação iBahia
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