A atriz e apresentadora de TV Cissa Guimarães, mãe do músico Rafael Mascarenhas, atropelado e morto em 2010 durante um pega em uma área interditada ao trânsito na Zona Sul do Rio, afirma que só vai se sentir tranquila quando a decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) for homologada, o que pode acontecer em fevereiro, logo após o fim do recesso do Judiciário. Enquanto isso, Cissa diz que "vai rezar muito".
— Eu espero que essa justiça seja feita há oito anos. Até lá, vou rezar muito para todos nós, para todos os cidadãos brasileiros, para todas as pessoas, para que essa impunidade não prevaleça mais. Eu só vou ficar tranquila e aliviada quando a decisão for realmente homologada. Até lá, só me resta continuar mandando muita luz de Rafa para todo mundo.
Nesta sexta-feira, o STJ determinou que Rafael de Souza Bussamra, condenado por ter atropelado e matado o filho de Cissa com o músico Raul Mascarenhas, cumpra a pena preso. Em 2016, o atropelador e o pai dele, Roberto Bussamra, conseguiram na Justiça a substituição da prisão em regime fechado por pena restritiva de direitos, ou seja, prestação de serviços à comunidade e limitação de fim de semana. O recurso especial é da Assessoria de Recursos Constitucionais Criminais do Ministério Público, que obteve a decisão favorável do ministro Jorge Mussi.
Rafael Bussamra foi condenado a três anos e seis meses de detenção por homicídio culposo, sem intenção de matar, e teve a habilitação para dirigir suspensa, enquanto durasse a pena. Já o pai dele foi condenado a três anos, dez meses e 20 dias de reclusão por corrupção ativa, porque prometeu vantagem indevida a PMs para evitar que o filho fosse detido.
Em 20 de julho de 2010, o filho de Cissa Guimarães, então com 18 anos, andava de skate no túnel Acústico (hoje túnel Rafael Mascarenhas), na Gávea, quando Rafael Bussamra, dirigindo um carro, invadiu a via em alta velocidade, atropelando o skatista. A área estava fechada ao trânsito para serviços de manutenção. O atropelador fugiu do local sem prestar socorro. Rafael Mascarenhas chegou a ser socorrido com vida e foi levado para o Hospital Municipal Miguel Couto, na Gávea, onde morreu.
Rafael Bussamra contou que PMs o retiraram do túnel e o levaram até o bairro do Jardim Botânico. Lá, segundo o jovem, eles se encontraram com o pai dele, que subornou os agentes para livrar o filho do flagrante. Roberto admitiu que pagou R$ 1 mil de propina a dois policiais do 23º BPM (Leblon), que teriam pedido R$ 10 mil para desfazer o local do acidente e evitar a prisão em flagrante. Os PMs Marcelo de Souza Bigon e Marcelo José Leal Martins responderam a um Inquérito Policial Militar e foram expulsos da corporação naquele ano.
Em 2015, Rafael e Roberto Bussamra foram condenados pelo juiz Guilherme Schilling — na época, titular da 16ª Vara Criminal — a sete e oito anos de prisão, respectivamente. Em 2016, a defesa dos Bussamra recorreu e conseguiu reduzir a condenação, mas a pena foi convertida em prestação de serviços à comunidade. Até o momento, o advogado dos dois não foi encontrado para comentar a decisão do STJ.
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Redação iBahia
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