A Justiça de Abadiânia (GO) confirmou nesta quarta-feira ao Ministério Público de Goiás o bloqueio de R$ 50 milhões de João Teixeira de Faria, o médium João de Deus, preso desde dia 16 de dezembro pela suspeita de abuso sexual. O bloqueio já havia sido determinado em dezembro, mas só foi efetivamente cumprido nesta quarta. O objetivo é garantir o ressarcimento de possíveis danos morais coletivos e danos individuais sofridos pelas vítimas.
Do total de R$ 50 milhões, cerca de R$ 30 milhões estavam em contas bancárias vinculadas ao médium, que agora está impossibilitado de movimentar o valor. O restante é referente a uma fazenda em Goiás. Também nesta quarta-feira, a Justiça goiana aceitou uma denúncia do Ministério Público contra João de Deus, por violação sexual mediante fraude e estupro de vulnerável. A partir de agora, o líder religioso é considerado réu. A denúncia é baseada no relato de quatro mulheres.
Mais de 100 mulheres já prestaram depoimento formal aos investigadores da força-tarefa montada para acompanhar o caso, e uma segunda denúncia deve ser apresentada contra o médium ainda nesta semana. O Ministério Público recebeu relatos de diversos estados do país e também do exterior.
A Polícia Civil de Goiás disse que outro inquérito envolvendo João de Deus, sobre posse ilegal de armas de fogo, deve ser finalizado nesta quarta-feira e imediatamente encaminhado ao Poder Judiciário. O médium deve ser ouvido pela polícia ainda nesta quarta-feira, na Agência Prisional de Aparecida de Goiânia.
Segundo os investigadores, a perícia em objetos apreendidos em endereços ligados ao médium, como pedras preciosas e notebook, ainda está sendo realizada. “O resultado dos laudos será determinante para os próximos passos nas investigações. Diligências continuam sendo mantidas em sigilo para não atrapalhar o andamento do trabalho policial”, diz em nota a Polícia Civil.
João de Deus está preso preventivamente desde o dia 16 de dezembro em Aparecida de Goiânia (GO). Um pedido de habeas corpus foi negado pelo Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO) e pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), mas ainda será analisado pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli.
Na semana passada, o médium deixou a prisão para ser internado em um hospital de emergência, após ter tido um sangramento, mas voltou ao presídio no dia seguinte.
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