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Investigação

Vereador Sandro Fantinel é indiciado pelo crime de racismo no RS

Político fez discurso xenofóbico contra baianos durante o resgaste de trabalhadores em situação análogas à escravidão em vinícolas gaúchas

Redação iBahia • 14/03/2023 às 8:27 - há XX semanas

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					Vereador Sandro Fantinel é indiciado pelo crime de racismo no RS
Reprodução / RBS TV

O vereador Sandro Fantinel, fez discurso xenofóbico contra baianos durante o resgaste de trabalhadores em situação análogas à escravidão em vinícolas gaúchas, foi indiciado pelo crime de racismo. A notícia foi divulgada pelo chefe da Polícia Civil de Rio Grande do Sul na segunda-feira (13), Fernando Sodré.

O crime prevê pena de 2 a 5 anos de prisão. O político ainda não se pronunciou sobre a decisão.

O caso ganhou grande repercussão nacional depois que a transmissão da Câmara dos Vereadores de Caxias do Sul viralizar. No plenário, o vereador culpou os empregados pelas condições em que foram encontrados.

“Um agricultor me ligou e pediu para eu ver um alojamento onde ficam os trabalhadores temporários e não dava para entrar do fedor de urina, da imundície que eles deixaram em uma semana. E a culpa é de quem? O patrão vai ter que pagar o empregado para fazer limpeza para os bonitos? Temos que botar eles em um hotel cinco estrelas para não termos problema com o Ministério do Trabalho?”, questionou, antes de citar os baianos.

Ele ainda pediu que os produtores da região não contratem mais "aquela gente lá de cima", em referência à Bahia - a maior parte dos 207 trabalhadores resgatados nas vinícolas era baiano.

No dia 1º de março, Sandro foi expulso do partido Patriota. O partido classificou o discurso de Fantinel como "desrespeitoso e inaceitável" e disse que o tom foi maculado por "grave desrespeito a direitos constitucionalmente assegurados", como a dignidade humana.

Em entrevista à RBS TV, o político disse que sua intenção foi advertir os produtores a terem "um certo cuidado". "Porque existem alguns grupos que estão dando golpes usando a questão da analogia à escravidão", disse. Ele tentou justificar suas palavras.

"Quando a gente está no calor da fala, (…) a gente diz palavras que não é o que a gente quer dizer, que não representa a gente. A única coisa que eu disse dos baianos é que eles gostam só de tocar tambor e ficar na praia, né. Se a gente fosse ter essa conversa em um outro momento, a pessoa iria dizer: 'ah, é verdade. É a cultura deles, não tem nada de mau'. O problema é que entrou em um contexto que foi interpretado como forma de falar mal deles", afirmou.

Os governadores da Bahia e do Rio Grande do Sul repuldiaram a atitude de Sandro, assim como inúmeras instituições do país.

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O caso

No dia 23 de fevereiro, a Polícia Federal do Rio Grande do Sul encontrou os trabalhadores em uma situação degradante após três trabalhadores procurarem a unidade operação de Caxias do Sul para dizer que recém tinham fugido de um alojamento em que eram mantidos contra a vontade.

Segundo a PF, a empresa que mantinham os trabalhadores em condições análogas à escrividão tem contratos com diversas vinícolas da região, presta serviços de apoio administrativo e os trabalhadores teriam sido contratados para atuar na colheita da uva.

A polícia apurou no local que esses homens, a maioria da Bahia, eram recrutados nos seus estados de origem para trabalhar no Rio Grande do Sul. Ao chegar no estado, encontravam uma situação diferente das prometidas pelos recrutadores.

Além disso, relataram enfrentar atrasos nos pagamentos dos salários, violência física, longas jornadas de trabalho e oferta de alimentos estragados. Também disseram que eram coagidos a permanecer no local sob a pena de pagamento de uma multa por quebra do contrato de trabalho.

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