A noite de sábado terminou em tragédia na Rua do Corte Grande, no Alto de Ondina. Era para ser o dia mais feliz da vida dos noivos Nivaldo e Nádia (os sobrenomes não foram divulgados), mas não foi o que aconteceu. A festa de casamento, na Igreja Assembleia de Deus, agora será lembrada com sofrimento. Três irmãos do noivo se envolveram numa confusão e foram baleados por um homem, identificado pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) como Adson Santos Nascimento, 29 anos. Adson efetuou vários disparos de arma de fogo contra os irmãos. Marivaldo de Oliveira Santos, 36 anos, chegou a ser levado para o Hospital Geral do Estado (HGE), mas não resistiu aos ferimentos e morreu. Valter Bonfim da Conceição Santos, 47 anos, e Edvaldo de Oliveira Santos Filho, 45, sobreviveram. Segundo moradores da região, a briga começou porque um convidado do casamento parou o carro próximo à garagem de Adson, que ficou com raiva e começou a esvaziar os pneus daquele e de outros veículo. Outras testemunhas falaram que um dos motivos da briga foi o fato de o atirador ter parado o seu carro próximo à igreja e ligado o som em volume alto, com suposta intenção de atrapalhar a festa. Em seguida, Valter e Edvaldo teriam saído do casamento e pedido para Adson baixar o som, o que gerou a discussão. De acordo com a mesma versão, Adson entrou em casa, pegou uma arma e voltou para o local. Marivaldo tentou apaziguar a situação e acabou atingido. EspancamentoDepois de atirar nos três, Adson não ficou impune. Revoltados, os moradores se uniram contra ele, o lincharam e também atearam fogo no seu carro, de placa JPK 5452. O veículo ficou completamente destruído. "Ele foi socorrido pelo Samu, mas não o deixaram entrar no HGE", contou o pastor de uma outra igreja da região, José Mário Souza, 35 anos. Depois da confusão, Adson foi encaminhado para o Hospital do Subúrbio, onde permance internado. Segundo informações da DHPP, o atirador chegou a levar até facadas no tórax, abdômen e no braço e também foi atingido com um tiro no pescoço. Procurada pelo CORREIO em sua casa, Cristina, mulher de Marivaldo, não quis se pronunciar. A irmã de Cristina, a técnica de enfermagem Mônica Almeida, 26 anos, comentou o caso. "Marivaldo era evangélico, da paz e camarada. Ele tentou fazer a paz e levou a pior", contou. Conhecido na região como Careca, Marivaldo era pai de uma filha de 7 anos e dono de uma oficina mecânica na avenida Cardeal da Silva, na Federação. Segundo o irmão da vítima, o vigia Edson de Oliveira Santos, 44 anos, Adson trabalha para um desembargador, mas ninguém deu mais detalhes sobre a profissão dele. "Ele é estranho na área, é novo por aqui", disse. Familiares ainda afirmaram que Adson já tinha praticado crimes no bairro de Pernambués, mas a polícia negou a informação. Agentes da DHPP não detalharam o ocorrido, nem confirmaram as motivações do crime, apenas informaram que Adson será preso após alta médica, já que foi pego em flagrante. Enterro O sepultamento de Marivaldo foi realizado neste domingo (25), às 16h30, no Campo Santo. Parentes e amigos participaram da cerimônia, que ocorreu com aplausos e ao som de canções religiosas. Edvaldo, um dos atingidos e irmão da vítima, estava presente, mas Válter não pôde ir.
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