Deolane Bezerra, Virginia Fonseca e Carlinhos Maia viraram alvo de um processo na Justiça de Goiás, após uma mulher alegar que perdeu a herança do pai em jogos de azar divulgados pelos influenciadores digitais.
Segundo a parte interessada do processo, que preferiu não se identificar, o valor total perdido em quatro dias de jogo teria alcançado R$ 350 mil. Agora, ela pede R$ 1,1 milhão de indenização.
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“Eu me deparei com as postagens dos stories deles divulgando, incentivando a jogar na plataforma. Eles divulgam que apostam R$ 50 e ganham R$ 5 mil, para iludir as pessoas. Foi onde eu entrei e fui só perdendo. Tentei restituir e acabou indo toda a herança do meu pai”, narrou a mulher em entrevista à TV Anhanguera, filiada da TV Globo na região.
Entenda o processo contra Deolane, Virginia e Carlinhos
Além de Deolane Bezerra, Virginia Fonseca e Carlinhos Maia, o processo movido pela mulher cita ainda quatro empresa, incluindo a Esporte da Sorte. Confira todos os envolvidos:
- Esportes da Sorte (Sports Entretenimento e Promoção de Eventos LTDA);
- Pay Brokers EFX Facilitadora de Pagamentos SA;
- ZRO Instituição de Pagamento S/A;
- Cash Pay Meios de Pagamento LTDA;
- Zelu Brasil Facilitadora de Pagamentos LTDA;
- Virginia Pimenta da Fonseca Serrao
- Deolane Bezerra Santos
- Luiz Carlos Ferreira dos Santos
No processo, a mulher afirma que começou a apostar em setembro de 2023, quando estava de féroa do trabalho. Na ocasião, a curiosidade e os valores altos que os influenciadores mostravam chamaram atenção dela para as plataformas.
No entanto, ao invés de ganhar, ela perdeu e passou a apostar ainda mais alto para tentar recuperar o dinheiro, sem sucesso.
“É uma ilusão. Não é porque você é viciado em jogo, não é isso. Você entra pra tentar resgatar o que você perdeu e aí acaba que vai tudo embora. Acabou destruindo a vida da minha família inteira. Tem um ano que eu não durmo, não tenho paz pelo erro que eu cometi”, desabafou.
Entre questionamentos apontados pelo advogado Cícero Goulart de Assis, que faz a defesa da mulher, estão como a Esportes da Sorte controla os acessos das pessoas aos johos e por que a plataforma permite vários depósitos por dia e apenas um saque de R$ 15 mil em 24h.
“Como que eles sabem que menores de idade não estão acessando? pessoas com retardamento mental, relativamente ou totalmente incapazes, pessoas que não poderiam acessar suas plataformas. Também pedimos que eles comprovem que os algoritmos e as plataformas realmente oportunizam para que o apostador vença e que não seja só tirado o dinheiro dele. Pedimos, inclusive, o histórico de jogos dos influenciadores digitais”, afirmou o advogado.
A defesa da mulher afirma que o processo está em fase inicial, aguardando resposta para um apedido de justiça gratuita, o que a livraria dos custos processuais, além da intimação dos envolvidos para apresentarem defesa.
Em agosto deste ano, a Justiça de Goiás já tinha negado a gratuidade, porém o advogado dela recorreu e aguarda um novo julgamento.
O que dizem os envolvidos
Em nota, a equipe jurídica de Virginia Fonseca e a facilitadora de pagamentos Paybrokers responderam que ainda não foram intimados, e que, por isso, não vão se manifestar.
A equipe da influenciadora digital também ressaltou que encerrou parceria com a Esportes da Sorte em maio deste ano, conforme posicionamento encaminhado ao g1 Goiás.
A Z.ro Bank informou que não realiza publicidades ou promove qualquer tipo de prática de jogos e outros serviços, além do escopo de atuação enquanto mediadora de pagamentos. A empresa reforçou que segue a regulamentação brasileira.
A reportagem tentou contato com os outros dois influenciadores e as outras duas empresas citadas no processo, mas não houve resposta até a última atualização da reportagem.
Alan Oliveira
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