Menu Lateral Menu Lateral
iBahia > especiais
CONTINUA APÓS A PUBLICIDADE
Whatsapp Whatsapp
ESPECIAIS

Menor emissão e sequestro de CO2: tecnologia a favor do planeta em debate no Agenda Bahia

O setor do agronegócio é, ao mesmo tempo, o vilão e o herói na história do aquecimento global

• 12/09/2011 às 13:52 • Atualizada em 29/08/2022 às 18:51 - há XX semanas

Google News siga o iBahia no Google News!
Parece pouco, mas os efeitos foram devastadores. Nos últimos 140 anos, a temperatura média do planeta aumentou 0,76° C, de acordo com o mais recente estudo divulgado pelo IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas), entidade que reúne cerca de 2.500 cientistas e técnicos de vários países. Os resultados dessa variação climática são impressionantes, com milhares de mortes causadas por inundações, secas, tempestades e ondas de calor, além da redução na oferta da água potável, elevação do nível dos oceanos e mudanças na produção dos alimentos.
“Além dos componentes naturais, como erupções vulcânicas e as tempestades, o desmatamento acentuado e o uso desordenado da terra também são responsáveis por essas catástrofes e pelo aquecimento global”, explica Thelma Krug, pesquisadora titular do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e ex-secretária de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental do Ministério do Meio Ambiente.Custo Segundo Luís Gilvan Meira Filho, pesquisador visitante do Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo (USP), para sair da “zona de risco”, o mundo teria de diminuir as emissões de gás carbônico dos atuais 7,5 bilhões de toneladas por ano para 2,2 bilhões de toneladas. Seguindo esse cálculo, o custo para fazer a redução – e dar mais tranquilidade ao planeta – seria de US$ 50 a US$ 60 por cada tonelada de CO2 retirada da atmosfera. “Não faltam conhecimentos científicos para resolver os problemas relacionados, o que falta é vontade política”, disse Thelma Krug, que construiu a sua carreira acadêmica nos Estados Unidos. Segundo a especialista, combater o aquecimento global requer “enormes investimentos, que também podem se constituir em oportunidades”, mas, de forma geral, “os governantes pensam apenas em custos”. “O fato é que precisamos de empresas que evitem desperdícios e sejam conscientes do ponto de vista socioambiental. Somente com a conjunção destes e outros fatores, como o uso da energia limpa, por exemplo, é que vamos melhorar a qualidade de vida”, diz. Na opinião da pesquisadora, o aumento da fiscalização e as campanhas educativas lançadas pelo governo e entidades não-governamentais têm dado resultados. “O Brasil assumiu muito mais compromissos de forma voluntária do que outros países em desenvolvimento ou desenvolvidos. Temos problemas, é claro, e o desmatamento está entre eles, mas o fato concreto é que há mais consciência por parte dos empresários e a população”, disse. De acordo com Osvaldo Soliano, professor da Unifacs e diretor do Centro Brasileiro de Energia e Mudança do Clima, o desmatamento e a queima de combustíveis fósseis ampliam a concentração de gases na atmosfera, principalmente o CO2 e o metano. “A responsabilidade histórica pelo aquecimento global é dos países desenvolvidos, mas a sociedade precisa se conscientizar e fazer a sua parte”, disse. Para Thelma Krug, os países desenvolvidos têm que adotar outras providências: “Se isto não acontecer, vamos enfrentar e conviver ainda com mais catástrofes”. Dentro deste contexto, Osvaldo Soliano disse que a economia de baixo carbono, uma expressão que ganhou força na comunidade internacional nos últimos anos, deve ser incentivada. “As empresas precisam investir em inovação e apresentar soluções tecnológicas para frear o aquecimento global”, diz. Agronegócio Assim como um jogador que faz um gol contra e, depois, garante o título para a sua equipe no último minuto da partida, o setor do agronegócio é, ao mesmo tempo, o vilão e o herói na história do aquecimento global. “O aumento da temperatura é provocado principalmente pela queima de combustíveis fósseis e pelo desmatamento”, disse o professor Osvaldo Soliano, da Unifacs. “Embora tenha melhorado muito nos últimos anos, o desmatamento é uma prática muito utilizada pelas pessoas envolvidas na cadeia do agronegócio”, afirmou. A pecuária tem grande parcela nessa cadeia (confira gráfico). O Brasil está em 4º lugar no ranking dos países que mais emitem gases de efeito estufa na atmosfera — os EUA e a China são, respectivamente, o primeiro e o segundo colocados. Luís Gilvan Meira Filho faz um alerta: “A longo prazo, o problema é muito mais sério porque envolve o aquecimento global e vai afetar a agricultura, etc. É preciso diminuir emissões de gás carbônico”.

Leia mais:

Venha para a comunidade IBahia
Venha para a comunidade IBahia

TAGS:

RELACIONADAS:

MAIS EM ESPECIAIS :

Ver mais em Especiais