Na era das informações, o crescimento das Fake News (“notícias falsas”, em tradução livre) tem se mostrado um problema preocupante. Como uma ferramenta com grande potencial para transmitir notícias e informações, a internet tem se tornado a principal plataforma para a disseminação dessas notícias falsas. O consumidor, então, precisa entender as Fake News e saber como se proteger delas.
“As Fake News são um fenômeno extremamente preocupante em termos de construção e percepção de marca, pela sua capacidade de desinformar em massa. Combatê-las deveria estar no topo da lista de prioridades de veículos, redes sociais e marcas”, afirma Renato Mendes, especialista no mercado digital e sócio da Organica.
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Nos últimos anos, o termo fake news tem ganhado cada vez mais destaque, principalmente após algumas notícias falsas terem mudado o rumo da eleição americana em 2016. Em um ano de eleições aqui no Brasil, é preciso redobrar ainda mais os cuidados em averiguar as notícias que chegam até nós.
Alerta
As Fake News podem ser relacionadas a assuntos menos danosos, como notícias de assombração ou bizarrices, mas também relacionadas a assuntos que geram ódio e podem interferir na vida de outras pessoas.
Um exemplo das consequências danosas que as Fake News podem causar foi a tragédia com Fabiane Maria de Jesus, que chocou o país em 2014. Ela foi espancada até a morte por moradores do Guarujá, em São Paulo, após ser acusada de praticar magia negra com crianças. A falsa informação, juntamente com um retrato falado da dona de casa, foi espalhada pelas redes sociais. Ela chegou a ser socorrida, mas morreu dois dias depois do linchamento.
Casos como esse mostram a importância de checar as informações recebidas antes de compartilhá-la. Um dos primeiros pontos para se prevenir de ser pego por uma Fake News é ler a notícia completa. Muitas notícias falsas são compartilhadas com títulos tendenciosos ou com informações fora do contexto. É importante, pois, ler toda a notícia antes de compartilhá-la, garantindo que você tenha conhecimento sobre todos os fatos que estão contidos na reportagem.
Outra dica é sempre procurar saber qual a fonte da notícia. Sites mais conhecidos dificilmente vão compartilhar uma notícia falsa. “Fake News são tricky porque elas parecem verdadeiras. Elas reforçam crenças que as pessoas já têm sobre temas da atualidade”, explica Mendes.
Como se proteger
Existem alguns passos que você pode adotar para verificar se a notícia que chegou até você é realmente verdadeira. A primeira coisa a se fazer é investigar a fonte da notícia, a história de publicações dela e o contato. Faça um esforço e leia toda a matéria completa, verificando se o texto conta com alguns detalhes sobre os personagens e as fontes.
É importante também pesquisar mais sobre o autor do texto, que pode lhe ajudar a perceber se a notícia é ou não uma Fake News. Caso não tenha encontrado mais informações sobre ele, faça uma pesquisa no Google, buscando saber se a notícia foi compartilhada por outros veículos e se os sites que publicaram a notícia possuem alguma credibilidade.
Muitas vezes, a certeza de que a notícia é falsa pode ser obtida dentro do próprio texto. Textos mal escritos, com muitos erros ou que não citam fontes confiáveis geralmente estão carregados com notícias falsas ou fora do contexto. É importante também sempre desconfiar de notícias muito tendenciosas e pesquisar se as notícias são verdadeiras, evitando assim o compartilhamento de Fake News.
“As Fake News são um fenômeno extremamente preocupante em termos de construção e percepção de marca pela sua capacidade de desinformar em massa. Elas estão aí para confundir, não para explicar”, esclarece Mendes.
O especialista no mercado digital afirma ainda que esse tipo de conteúdo não é um fenômeno que surgiu com as redes sociais. “Ela ganhou força com as redes sociais pela capacidade da rede em aumentar o alcance das mensagens”, finaliza.
Fake news é crime?
Com todos os efeitos que uma fake news pode causar, o simples compartilhamento de notícias falsas não se enquadra como um crime na legislação brasileira. De acordo com o advogado especialista em crimes cibernéticos, Thiago Vieira, as penalidades vão depender do caso em si.
“A notícia falsa por si só não é considerada um crime, mas a depender do caso concreto ela pode ocorrer em algum ilícito. Espalhas boatos, por exemplo, pode ser considerado um caso de difamação, que é passível de punição. Em tese, um boato pode vir a configurar um crime, mas nem todo boato é um crime”, explica o advogado.
Assim, se uma notícia falsa incitou a violência e isso resultou em algum caso concreto de violência, o criador da notícia pode ser enquadrado no crime de incitação à violência. “Em um caso como esse, seria necessário olhar antes o teor das mensagens compartilhadas”, esclarece o advogado.
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Redação iBahia
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