O batuque é a "arma" preferida do grupo Samba Squad para promover a língua portuguesa e a cultura brasileira no Canadá, numa mistura de ritmos de vários pontos do mundo transmitidos por meio dos tambores do samba afro-brasileiro."Temos filhos de imigrantes de várias partes do mundo, que não têm identificação com a cultura brasileira. Isto de certa forma representa Toronto, porque é uma cidade multicultural", disse à agência Lusa Victor Rebelo, de 43 anos.O luso canadense, natural da Lourinhã, no distrito de Lisboa, toca tambor no grupo, e não tem dúvidas que o crescimento da comunidade brasileira no Canadá, nos últimos 20 anos, ajudou na promoção da língua portuguesa e da cultura brasileira."Nos últimos 20 anos, a comunidade brasileira em Toronto tinha pouca expressão. Ajudou bastante o fato de muitos músicos brasileiros, e também cubanos, mas especialmente brasileiros, terem se mudado para aqui, formado os seus próprios grupos e estão espalhando a língua portuguesa, e a música brasileira pelo Canadá", frisou.Victor Rebelo reconheceu ainda que os portugueses tiveram "dificuldades ou então optaram por fazer música" para um consumo mais interno, junto da sua comunidade.No sentido inverso, os brasileiros que tiveram como público-alvo os canadenses, têm muitos grupos espalhados, quer por Nova Iorque, quer por Chicago, nos Estados Unidos, ou até por Londres, na Inglaterra, e muitos dos integrantes não estão identificados com a cultura brasileira.O Samba Squad já passou por diversos canais da televisão canadense, atuando ainda no intervalo de jogos de campeonatos profissionais na América do Norte, nomeadamente no basquetebol da NBA, nos Toronto Raptors e no basebol dos Toronto Blue Jays da liga norte-americana.Os direitos de um dos temas do grupo, "É pra Valer", foram adquiridos pela produção da saga Twilight: Breaking Down, e integrou a banda sonora original do filme.
"O especial que a arte de batucar tem é o aspeto social. Junta as pessoas, numa expressão de alegria. As pessoas no Brasil gozam a vida. Há uma grande diferença nas classes sociais, vemos uma favela e uma casa de milhões de dólares", disse o mestre Rick Lazar.O percussionista multi-galardoado canadense salientou que as pessoas "desfrutam a vida e a música", pois todos conhecem a letra das músicas.Em Toronto, uma cidade multicultural, com a área das artes a ser bastante requisitada, o Samba Squad "é um complemento importante no panorama musical de Toronto", fator que nos últimos 20 anos tem sido muito importante, as pessoas começam já a dançar samba", sublinhou Lyba Spring, de 67 anos, integrante do grupo há 17 anos."Quando as pessoas ouvem samba, ficam felizes, quando dançam, ficam entusiasmadas", enalteceu a canadense proveniente do leste da Europa.
O Samba Squad foi fundado em 1999 pelo seu mestre Rick Lazar, um professor de música latina na Universidade de York, no norte de Toronto, e tem 35 integrantes, filhos de imigrantes de várias minorias étnicas, adaptando diversos ritmos de música mundial ao som dos batuques.O docente da Universidade de York, especializado em música brasileira e cubana, tem angariado integrantes para o grupo na instituição de ensino.Amanda Fata, de 25 anos, filha de imigrantes italianos, é uma das vozes do grupo há quatro anos, e desconhecia a música brasileira, mas desde o primeiro encontro proporcionado na universidade ficou "viciada no samba".Outro integrante é Dani Kwan, de 37 anos, uma canadense de origem chinesa e francesa."Acho que os canadenses sentem esta energia positiva, com todos estes sorrisos, e estas caras”, disse.O grupo Samba Squad tem também uma escola com um programa destinado a crianças de várias idades, muitas delas já com passagens pelo grupo.No dia 18 de fevereiro, o grupo vai atuar no "Global Carnival", num evento destinado a celebrar o carnaval, e terá lugar no ‘Lula Lounge', na Dundas Street West, em Toronto, um espaço destinado a espetáculos de world music.Veja também:
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