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SALVADOR

Dengue: Salvador será uma das cidades que testará nova vacina

Uma vacina que está sendo desenvolvida na instituição já entrou na fase clínica de testes, ou seja, já está sendo aplicadas em humanos para verificar a segurança e a eficácia da imunização

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21/07/2012 às 11:10 • Atualizada em 14/09/2022 às 8:52 - há XX semanas
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Normalmente em evidência por surtos de dengue, Salvador tem oportunidade agora de se tornar referência na solução do problema. Isso porque a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz-BA) já está testando uma vacina contra a doença em um grupo de pessoas em Pau da Lima. Segundo o diretor da Fiocruz, Mitermayer Galvão, uma vacina que está sendo desenvolvida na instituição já entrou na fase clínica de testes, ou seja, já está sendo aplicadas em humanos para verificar a segurança e a eficácia da imunização (veja gráfico).
“No estágio atual, estamos capacitando os técnicos que atuarão no processo e realizamos testes em um grupo específico que chega aos postos de saúde com febre”, explica Galvão. Depois da imunização, o grupo testado tem o sangue coletado para verificação da atuação da vacina. “Já temos uma quantidade significativa de dados coletados e isso nos dá muita motivação para a apresentação de resultados”, pontua Mitermayer. O diretor da Fiocruz alerta, porém, que os testes devem passar por três fases até alcançarem os padrões de excelência e segurança exigidas para esse tipo de produto e, finalmente, serem lançados no mercado. Ela não especificou em quais dos três estágios da fase clínica está a vacina que vem sendo testada. O produto, da Fiocruz em parceria com o laboratório GlaxoSmithKline, usa vírus mortos, o que, segundo Mitermayer, amplia a segurança do uso. Em virtude do pacto de confidencialidade nesse tipo de pesquisa, Galvão diz que ainda não poder precisar a data de lançamento da imunização, mas assegura que o Ministério da Saúde pretende usar a vacina de maneira universal para toda a população, em virtude do caráter de risco que a dengue apresenta para o país e para a Bahia, em particular, que é hoje um dos cinco estados com maior risco de epidemia. Além de Salvador, a Fiocruz também está fazendo testes em Manaus e Fortaleza. Mais esperançasAlém da parceria Fiocruz-Glaxo, outras três experiências estão sendo desenvolvidos no país. Uma com o laboratório Sanofi-Pasteur, em parceria com universidades federais, outra pela multinacional Merck e uma última realizada pelo Instituto Butantã, de São Paulo. Independente dos resultados e apesar da esperança, o diretor da Fiocruz alerta que neste momento é importante não descuidar dos fatores de prevenção e combate. “A vacina anima a comunidade científica, mas ela não retira dos poderes públicos a necessidade de investir em saneamento e água potável, além de não isentar a população dos cuidados de combate dos criadouros do mosquito nas residências”, completa Mitermayer. ContaminaçãoOs dados epidemiológicos da Bahia apontam que dos 417 municípios baianos, 396 (95%) possuem notificação da doença durante todo o ano. No entanto, 46 deles são prioritários para a Secretaria de Saúde do Estado (Sesab), inclusive Salvador que, desde o verão do ano passado, tem o sorotipo 4 (DEN4) circulando entre a população e em expansão. “O estado, infelizmente, apresenta uma situação que favorece o risco de epidemia, afinal os quatro sorotipos da doença estão presentes”, pontua a coordenadora do Grupo de Trabalho Contra a Dengue da Sesab, Elisabeth França, ressaltando que a população já enfrentou, em vários momentos, as infecções causadas por um ou outro sorotipo, fato que sensibiliza ainda mais o organismo, favorecendo o aparecimento do tipo hemorrágico. “Temos, ainda, problemas estruturais graves, como municípios densamente povoados e problemas históricos de abastecimento de água e coleta de lixo”, diz. Associado a esses fatores, ela destaca uma dificuldade na mudança da cultura das populações que acham que a doença está distante. “Já encontramos foco da doença nos locais mais inusitados, desde em copo para dentadura, geladeira, bromélias”, diz a coordenadora do Grupo de Trabalho. Mosquito e vírus da dengue sofreram adaptaçõesEmbora os estudos realizados não comprovem, a observação dos técnicos de saúde mostram que tanto o mosquito quanto o vírus mudaram seus hábitos ao longo dos anos. “A ideia de que o inseto gostava apenas de água limpa caiu por terra. Descobrimos que em superfícies com água contaminada, o Aedes encontra uma boa fonte de alimentação”, diz o pesquisador Mitermayer Galvão. A coordenadora do Grupo de Trabalho de Combate à Dengue da Sesab, Elisabeth França, destaca que a manifestação da doença também se modificou com o passar do tempo e algumas pessoas contaminadas deixaram, por exemplo, de apresentar febre. “A mudança no perfil da doença é preocupante porque exige readaptação ao combate e ao tratamento”, completa Elisabeth. Matéria original do jornal CorreioDengue: Salvador é uma das três cidades onde Fiocruz testa nova vacina

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